Política

"Nossa soberania não está à venda", diz Lula em recado a Elon Musk

O recado a Musk acontece no momento em que o ministro Alexandre de Moraes, do STF, vem sendo atacado pela decisão de suspender o X (ex-Twitter)

Estadão Conteúdo

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução redes sociais

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou, indiretamente, o empresário Elon Musk em pronunciamento em rede nacional nesta sexta-feira, 6, por desrespeitar ordens do Supremo Tribunal Federal. Sem citar o nome do bilionário sul africano, Lula disse "nossa soberania não está à venda".

"Nenhum país é de fato independente quando tolera ameaças à sua soberania. Seremos sempre intolerantes com qualquer pessoa, tenha a fortuna que tiver, que desafie a legislação brasileira. Nossa soberania não está à venda", afirmou.

O recado a Musk acontece no momento em que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, vem sendo atacado pela decisão de suspender o X (ex-Twitter), rede social comprada recentemente pelo bilionário. 

Neste sábado, Lula participou do desfile de 7 de setembro organizado pelo governo na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

No discurso, Lula também defendeu que a democracia é a capacidade de conviver com os diferentes. 

"Democracia é debate entre opiniões divergentes, diálogo e convivência civilizada entre opostos. É o respeito à vontade do povo expressa nas urnas. Não o direito de mentir, espalhar o ódio e atentar contra a vontade do povo", afirmou.

No tradicional pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV em homenagem ao Dia da Independência, comemorado em 7 de setembro, Lula disse que "nenhum País é de fato independente sem o exercício pleno da democracia, que é mais do que votar no dia da eleição".

O presidente disse que a defesa da democracia "é capaz de unir adversários de longa data", uma referência à sua aliança com o vice-presidente Geraldo Alckmin, contra quem disputou a Presidência da República em 2006. 

"Foi assim na construção da aliança para garantir a governabilidade do País após as eleições de 2022. Foi assim no 8 de janeiro de 2023, quando democratas de quase todos os partidos se uniram para derrotar a tentativa de golpe. Daquele dia em diante deixamos claros ao mundo que o Brasil é um País em que a paz e a liberdade imperam, mas não é um território sem lei e ordem", declarou.

O presidente citou uma série de dados positivos de seu governo. Disse que "a vitória da democracia permitiu que trouxéssemos de volta políticas de inclusão social que retiraram milhares de pessoas da pobreza, que tivéssemos uma política externa ativa e altiva, à altura da grandeza do Brasil, que a saúde e a educação voltassem a ser prioridade, que derrotássemos o negacionismo e que o combate a todas as formas de desigualdade voltasse à ordem do dia".

Lula também ressaltou que o governo federal firmou parcerias com governadores e prefeitos "independentemente do partido político de cada um". 

"Foi assim na seleção de obras prioritárias do PAC para cada Estado e município. Foi assim no socorro imediato às vítimas de calamidades, a exemplo das enchentes no Rio Grande do Sul e das queimadas no Pantanal e na Amazônia", disse.

Ele reforçou, ainda que pretende fazer uma política nacional de segurança pública, um tema recorrente de críticas a partidos de esquerda, junto aos 27 governadores. Citou a assistência do governo a pessoas que passam fome, a queda no desemprego e o crescimento da economia.

Na quarta-feira, 4, o IBGE divulgou que o PIB aumentou 1,4% no segundo trimestre deste ano, acima do 0,9% projetado para o período por analistas de instituições financeiras. Os setores de serviços (1%) e indústria (1,8%) contribuíram para a melhora. 

"Temos muitos desafios pela frente, mas estamos no rumo certo. É o começo de uma caminhada por um Brasil melhor para a família brasileira", disse, finalizando seu pronunciamento.