Política

ONG recebe denúncias de assédio sexual contra Silvio Almeida; ministro nega

De acordo com a Me Too Brasil, as mulheres que denunciaram o ministro dos Direitos Humanos foram atendidas pelo canal de atendimento da organização

Redação Folha Vitória

Redação Folha Vitória
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

O ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida está sendo alvo de denúncias de assédio sexual. As informações foram divulgadas pelo Me Too Brasil, organização de defesa de mulheres que foram vítimas de violência sexual. Ele nega as acusações.

De acordo com o Me Too Brasil, as mulheres que denunciaram o ministro foram atendidas pelo canal de atendimento da organização e receberam acolhimento psicológico e jurídico. 

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A organização informou ainda que as supostas vítimas autorizaram que as denúncias fossem divulgadas à imprensa. As identidades das denunciantes serão mantidas em sigilo. 

De acordo com a Me Too Brasil, o fato de se tratar de uma pessoa em posição de poder faz com que as vítimas tenham dificuldade em realizar suas denúncias. 

“Como ocorre frequentemente em casos de violência sexual envolvendo agressores em posições de poder, essas vítimas enfrentaram dificuldades em obter apoio institucional para a validação de suas denúncias”, destacou a instituição.

O movimento diz oferecer “suporte incondicional às vítimas, mesmo que isso envolva enfrentar grandes forças e influências associadas ao poder do acusado”.

Leia a nota completa da Me Too Brasil:

"A organização de defesa das mulheres vítimas de violência sexual, Me Too Brasil, confirma, com o consentimento das vítimas, que recebeu denúncias de assédio sexual contra o ministro Silvio Almeida, dos Direitos Humanos. Elas foram atendidas por meio dos canais de atendimento da organização e receberam acolhimento psicológico e jurídico.

Como ocorre frequentemente em casos de violência sexual envolvendo agressores em posições de poder, essas vítimas enfrentaram dificuldades em obter apoio institucional para a validação de suas den

Vítimas de violência sexual, especialmente quando os agressores são figuras poderosas ou influentes, frequentemente enfrentam obstáculos para obter apoio e ter suas vozes ouvidas. Devido a isso, o Me Too Brasil desempenha um papel crucial ao oferecer suporte incondicional às vítimas, mesmo que isso envolva enfrentar grandes forças e influências associadas ao poder do acusado.

A denúncia é o primeiro passo para responsabilizar judicialmente um agressor, demonstrando que ninguém está acima da lei, independentemente de sua posição social, econômica ou política. Denunciar um agressor em posição de poder ajuda a quebrar o ciclo de impunidade que muitas vezes os protege. A denúncia pública expõe comportamentos abusivos que, por vezes, são acobertados por instituições ou redes de influência.

Além disso, a exposição de um suposto agressor poderoso pode encorajar outras vítimas a romperem o silêncio. Em muitos casos, o abuso não ocorre isoladamente, e a denúncia pode abrir caminho para que outras pessoas também busquem justiça.

Para o Me Too Brasil, todas as vítimas são tratadas com o mesmo respeito, neutralidade e imparcialidade, com uma abordagem baseada nos traumas das vítimas. Da mesma forma, tratamos os agressores, independentemente de sua posição, seja um trabalhador ou um ministro."

Ministro repudia as acusações 

Após a repercussão do caso, Silvio Almeida divulgou uma nota negando as acusações feitas contra ele. “Repudio com absoluta veemência as mentiras que estão sendo assacadas contra mim”, afirmou Almeida, acrescentando que as denúncias são “falsas acusações”.

Almeida disse que vai enviar ofícios à CGU (Controladoria-Geral da União), ao Ministério da Justiça e Segurança Pública e à PGR (Procuradoria-Geral da República) para que “façam uma apuração cuidadosa do caso”.

Veja a nota completa:

“Toda e qualquer denúncia deve ter materialidade. Entretanto, o que percebo são ilações absurdas com o único intuito de me prejudicar, apagar nossas lutas e histórias, e bloquear o nosso futuro”, disse o ministro.

“Toda e qualquer denúncia deve ser investigada com todo o rigor da Lei, mas para tanto é preciso que os fatos sejam expostos para serem apurados e processados. E não apenas baseados em mentiras, sem provas”, acrescentou.

O ministro ressaltou que “as falsas acusações, conforme definido no artigo 339 do Código Penal, configuram ‘denunciação caluniosa’”. Ele frisou que “tais difamações não encontrarão par com a realidade”.

“De acordo com movimentos recentes, fica evidente que há uma campanha para afetar a minha imagem enquanto homem negro em posição de destaque no Poder Público, mas estas não terão sucesso. Isso comprova o caráter baixo e vil de setores sociais comprometidos com o atraso, a mentira e a tentativa de silenciar a voz do povo brasileiro, independentemente de visões partidárias.”

*Com informações do Portal R7