Política

Prefeito de Criciúma é preso após demitir professor gay

Ação também investiga uma organização criminosa acusada de fraudes licitatórias, corrupção e crimes econômicos relacionados à concessão de serviços funerários

Redação Folha Vitória

Foto: Reprodução/Instagram (@clesiosalvaro)

O prefeito da cidade de Criciúma, em Santa Catarina, Clésio Salvaro, foi preso após demitir professor gay em uma escola pública da cidade. A operação que resultou na prisão aconteceu na terça-feira (3).

A ação também investiga uma organização criminosa acusada de fraudes licitatórias, corrupção e crimes econômicos relacionados à concessão de serviços funerários na cidade.

As acusações foram formalizadas pelo Ministério Público de Santa Catarina no mês de agosto. Segundo informações, Salvaro já havia causado polêmica ao proibir shows e demitir um professor por exibir clipes com temática LGBTQIA+.

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Após a Operação Caronte ser deflagrada, no dia 5 de agosto, as investigações foram concluídas pelo Ministério Público com a análise das provas e com as coletas de oito depoimentos pelos integrantes dos Grupos GEAC e GAECO.

Os envolvidos na organização, foram denunciados, pelos crimes de organização criminosa, fraudes licitatórias e contratuais, corrupções, crimes contra a ordem econômica e economia popular envolvendo a concessão de serviço funerário na cidade de Criciúma.

Durante a primeira fase da investigação, sete investigados foram presos. Após o cumprimento das prisões, o Ministério Público informou que todos os 17 integrantes da organização foram presos preventivamente. 

Os presos foram submetidos a exame de corpo de delito e levados para o sistema prisional, onde aguardarão audiência de custódia nos locais onde ocorreram as prisões.

Em 2021, o prefeito demitiu um professor de artes de rede municipal que exibiu aos alunos de 15 anos o clipe da música "Etérea", do cantor Criolo, que aborda temas LGBTQIA+.

“Não permitimos, não toleramos, está demitido o profissional. Nas escolas do município, enquanto eu estiver aqui de plantão, isso não vai acontecer, esse tipo de atitude, essa ‘viadagem’ na sala de aula, nós não concordamos. E se os pais souberem de algo parecido que foi exposto para os seus filhos, por favor, entrem em contato com o município”, afirmou.

Na época, o cantor Criolo lamentou o episódio e lembrou que o clipe e o documentário já foram exibidos em mais de 30 festivais de cinema e instituições de arte, música e dança.

Em nota, a prefeitura se manifestou:

“A administração está ciente do fato e está reunida para entender melhor o cenário pra emitir um posicionamento. Em breve estaremos enviando uma nota oficial”.

*Com informações do Metrópoles