Política

VÍDEO | Felipe Rigoni revela que sofre de esclerose múltipla

Secretário de Meio Ambiente do ES, que é cego, divulgou vídeo nas redes sociais explicando que descobriu a doença após sentir dormência nas mãos

Foto: Reprodução TV Vitória

O secretário estadual de Meio Ambiente, Felipe Rigoni, anunciou nas redes sociais que está fazendo tratamento contra esclerose múltipla. O relato foi realizado no Dia Nacional de Conscientização da Esclerose Múltipla, em 30 de agosto. 

Segundo a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (Abem), a doença é autoimune, crônica e neurodegenerativa, que afeta o sistema nervoso central e tem uma diversidade de sintomas. Rigoni, que já foi deputado federal, é cego desde os 15 anos. 

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Por meio do relato, Rigoni narrou que em meados de 2022 começou a sentir uma dormência nas mãos e, com isso, não conseguiu realizar mais atividades simples, como tocar violão. Entretanto, os sintomas ficaram mais graves. 

“Até que fui no shopping, com a Lais – namorada- comprar um sorvete e senti que minha perna estava ficando dormente. Achei que estivesse tendo um AVC (Acidente Vascular Cerebral). Em uns 15 minutos voltou ao normal”, descreve. 

Com a situação, o secretário procurou atendimento em um hospital com um plantão neurológico. No local, foi realizada uma ressonância magnética que deu como diagnóstico a esclerose múltipla. 

“Eles falaram para ficar internado cinco dias, para que a doença fosse tratada como um surto, por conta das tonturas e dormências fortes. Eles me tratariam com bombas de corticóide. O objetivo era tratar o que estava acontecendo”, narrou Felipe Rigoni. 

Após a internação, Rigoni seguiu o tratamento com o médico Herval Neto, um capixaba que atende em São Paulo. Com isso, escolheram o tratamento com um remédio imunobiológico denominado de Kesimpta. 

Entretanto, o remédio ainda não estava na lista da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), não sendo aceito pelo plano de saúde. Por isso, o deputado teve que entrar na Justiça para obter o medicamento. 

Durante esse período, o secretário descreve que tem que ir uma vez por mês até uma clínica para tomar o remédio. Mesmo com todos os desafios, Rigoni narra que a doença está estabilizada. 

“Hoje já se vive uma vida normal. Um ano depois de começar o tratamento a doença já parou de avançar, começou a regredir um pouquinho, não quer dizer que vai regredir 100%. A dormência na mão continua, eu só não consigo tocar mais violão como eu gostaria. No mais está tudo normal “. 

O que é a Esclerose Múltipla? 

É uma doença neurológica inflamatória crônica e autoimune. Na esclerose múltipla, o sistema imunológico começa a agredir a bainha de mielina que reveste os neurônios das substâncias branca e cinzenta do sistema nervoso central.

A substância cinzenta é local de recepção e integração de informações e respostas do cérebro, e a branca forma a comunicação entre o sistema nervoso central e os locais externos ligados a ele.

E é com esse comprometimento da bainha de mielina que as funções coordenadas pelo cérebro, pelo cerebelo, pelo tronco encefálico e pela medula espinhal ficam comprometidas.

A esclerose múltipla, ao contrário do que muita gente pensa, é mais comum em jovens do que em idosos. Adultos entre 20 e 30 anos são os mais afetados, assim como mulheres em territórios temperados.

Alguns sintomas da esclerose múltipla: 

Os sintomas mais comuns da esclerose múltipla são bastante sutis no início. Os sinais são transitórios, inesperados e duram, geralmente, uma semana.

– Fadiga;
– Fraqueza;
– Dormências;
– Nevralgia do trigêmeo (dor ou queimação na face);
– Visão borrada, mancha escura no centro da visão de um olho;
– Visão dupla;
– Perda da força muscular;
– Espasmos;
– Rigidez muscular;

Como é feito o diagnóstico da doença?

Identificados os sintomas, é preciso procurar um neurologista para confirmar ou descartar o diagnóstico.

O diagnóstico é clínico e de imagem, com ressonância magnética. O exame do crânio e da medula espinhal são a principal ferramenta para identificar aspectos da doença desmielinizantes do sistema nervoso central – a esclerose múltipla.

Tratamento da esclerose múltipla

Apesar de não ter cura, a esclerose múltipla tem tratamento para adiar e aliviar a fase aguda. O acompanhamento também é importante para aumentar os intervalos entre uma crise e outra.

O médico neurologista pode recomendar corticóides para amenizar os surtos da doença. Já a prescrição de imunossupressores e imunomoduladores vai fazer com que as fases de crise tenham um espaçamento maior. Assim, é possível reduzir os impactos que a doença provoca na vida dos pacientes.

Repórter do Folha Vitória, Maria Clara de Mello Leitão
Maria Clara Leitão Produtor Web
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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário Faesa e, desde 2022, atua no jornal online Folha Vitória