VÍDEO | Felipe Rigoni revela que sofre de esclerose múltipla
Secretário de Meio Ambiente do ES, que é cego, divulgou vídeo nas redes sociais explicando que descobriu a doença após sentir dormência nas mãos
O secretário estadual de Meio Ambiente, Felipe Rigoni, anunciou nas redes sociais que está fazendo tratamento contra esclerose múltipla. O relato foi realizado no Dia Nacional de Conscientização da Esclerose Múltipla, em 30 de agosto.
Segundo a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (Abem), a doença é autoimune, crônica e neurodegenerativa, que afeta o sistema nervoso central e tem uma diversidade de sintomas. Rigoni, que já foi deputado federal, é cego desde os 15 anos.
Leia também:
> Futura: Scaramussa tem 43,3% e Marianelli, 18,7% em Linhares
> Moraes devolve redes sociais a Luciano Hang após 2 anos de bloqueio
> ESPLANADA | Clã Bolsonaro fecha com Marçal e abandona Nunes
Por meio do relato, Rigoni narrou que em meados de 2022 começou a sentir uma dormência nas mãos e, com isso, não conseguiu realizar mais atividades simples, como tocar violão. Entretanto, os sintomas ficaram mais graves.
"Até que fui no shopping, com a Lais - namorada- comprar um sorvete e senti que minha perna estava ficando dormente. Achei que estivesse tendo um AVC (Acidente Vascular Cerebral). Em uns 15 minutos voltou ao normal", descreve.
Com a situação, o secretário procurou atendimento em um hospital com um plantão neurológico. No local, foi realizada uma ressonância magnética que deu como diagnóstico a esclerose múltipla.
"Eles falaram para ficar internado cinco dias, para que a doença fosse tratada como um surto, por conta das tonturas e dormências fortes. Eles me tratariam com bombas de corticóide. O objetivo era tratar o que estava acontecendo", narrou Felipe Rigoni.
Após a internação, Rigoni seguiu o tratamento com o médico Herval Neto, um capixaba que atende em São Paulo. Com isso, escolheram o tratamento com um remédio imunobiológico denominado de Kesimpta.
Entretanto, o remédio ainda não estava na lista da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), não sendo aceito pelo plano de saúde. Por isso, o deputado teve que entrar na Justiça para obter o medicamento.
Durante esse período, o secretário descreve que tem que ir uma vez por mês até uma clínica para tomar o remédio. Mesmo com todos os desafios, Rigoni narra que a doença está estabilizada.
"Hoje já se vive uma vida normal. Um ano depois de começar o tratamento a doença já parou de avançar, começou a regredir um pouquinho, não quer dizer que vai regredir 100%. A dormência na mão continua, eu só não consigo tocar mais violão como eu gostaria. No mais está tudo normal ".
O que é a Esclerose Múltipla?
É uma doença neurológica inflamatória crônica e autoimune. Na esclerose múltipla, o sistema imunológico começa a agredir a bainha de mielina que reveste os neurônios das substâncias branca e cinzenta do sistema nervoso central.
A substância cinzenta é local de recepção e integração de informações e respostas do cérebro, e a branca forma a comunicação entre o sistema nervoso central e os locais externos ligados a ele.
E é com esse comprometimento da bainha de mielina que as funções coordenadas pelo cérebro, pelo cerebelo, pelo tronco encefálico e pela medula espinhal ficam comprometidas.
A esclerose múltipla, ao contrário do que muita gente pensa, é mais comum em jovens do que em idosos. Adultos entre 20 e 30 anos são os mais afetados, assim como mulheres em territórios temperados.
Alguns sintomas da esclerose múltipla:
Os sintomas mais comuns da esclerose múltipla são bastante sutis no início. Os sinais são transitórios, inesperados e duram, geralmente, uma semana.
- Fadiga;
- Fraqueza;
- Dormências;
- Nevralgia do trigêmeo (dor ou queimação na face);
- Visão borrada, mancha escura no centro da visão de um olho;
- Visão dupla;
- Perda da força muscular;
- Espasmos;
- Rigidez muscular;
Como é feito o diagnóstico da doença?
Identificados os sintomas, é preciso procurar um neurologista para confirmar ou descartar o diagnóstico.
O diagnóstico é clínico e de imagem, com ressonância magnética. O exame do crânio e da medula espinhal são a principal ferramenta para identificar aspectos da doença desmielinizantes do sistema nervoso central - a esclerose múltipla.
Tratamento da esclerose múltipla
Apesar de não ter cura, a esclerose múltipla tem tratamento para adiar e aliviar a fase aguda. O acompanhamento também é importante para aumentar os intervalos entre uma crise e outra.
O médico neurologista pode recomendar corticóides para amenizar os surtos da doença. Já a prescrição de imunossupressores e imunomoduladores vai fazer com que as fases de crise tenham um espaçamento maior. Assim, é possível reduzir os impactos que a doença provoca na vida dos pacientes.