Policiais penais do ES rejeitam proposta de reajuste salarial do governo
Categoria quer que o Executivo estadual mantenha promessa feita em reunião com o sindicato
Os policiais penais do Espírito Santo decidiram rejeitar a proposta de reajuste oferecida pelo governo do Estado à categoria.
Em assembleia realizada na última segunda-feira (09), os agentes consideraram que o percentual de 4% sugerido pelo Executivo estadual, mais incorporação de seis horas de escala especial nos vencimentos dos trabalhadores, não atende ao pleito inicial feito junto ao governo.
A justificativa do grupo é que durante reunião com o Sindicato dos Policiais Penais do Espírito Santo (Sindaspes), na última quinta-feira (04), o governo teria apresentado uma proposta de reajuste estimada em 4%, afirmando que o aumento seria exclusivo para a categoria, que garante ter sido supreendida com a informação de que o mesmo aumento seria dado a outras categorias que compõem as forças de segurança estaduais.
Na reunião do governo com o sindicato também teria ficado acordado que eles ainda seriam contemplados com incidência de seis horas da escala especial (horas extras) no salário.
Na proposta do Executivo estadual aos agentes, tanto o reajuste quanto o acréscimo das horas especiais no salário seriam pagos ano a ano, ficando da seguinte forma: 4% de reajuste, mais seis horas extras no contracheque a partir de dezembro deste ano; depois em dezembro de 2024 e de 2025.
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Já em 2026, ainda conforme o que foi proposto pelo governo aos policiais penais, incidiria apenas os 4%, sem o acréscimo das horas extras no salário.
"Os 4% referentes à reestruturação a cada dezembro até 2026 foram prometidos em reunião com os secretários anterior a qualquer anúncio do governo para segurança pública, sendo assim exigimos que se mantenha, independente do recém anunciado aumento para a segurança pública que também nos contempla", afirma Ediano Falcão, coordenador Movimento União Dignidade Ação e Reconstrução da Polícia Penal do Estado (Mudar-ES).
Como colocou o coordenador do Mudar, a categoria entendeu que agora a obrigação do governo é cumprir com o que foi prometido na reunião com o sindicato, mantendo os 4% apresentados na proposta, além dos outros 4% anunciados para todas as forças de segurança do Estado.
No que se refere à incidência das horas extras no salário dos trabalhadores, a categoria pretende que isso ocorra de uma única vez, com o acréscimo de 18 horas, que seriam a soma das seis horas previstas para serem atualizadas ano a ano, ocorrendo já em dezembro deste ano.
"A incorporação imediata das 18 horas da escala especial exigida pela categoria não irá gerar aumento de gastos para os cofres públicos uma vez que esses valores já estão previstos no Orçamento", defende Ediano.
Governo diz que proposta está dentro das possibilidades do Estado
Por meio de uma nota enviada à imprensa nesta terça-feira (10), a Secretaria de Gestão e Recursos Humanos (Seger) informou que "a proposta apresentada à categoria está dentro das possibilidades do Estado, levando em conta critérios relacionados a equilíbrio financeiro e responsabilidade fiscal."
A pasta ainda destaca que mantém o diálogo aberto com as entidades, por meio da Assessoria Especial de Relações Sindicais.
Proposta do governo também não agradou a outras categorias
A proposta de reajuste de 4% para as forças de segurança apresentada pelo governo não agradou a outras categorias. Conforme noticiado pela coluna De Olho no Poder, com Fabi Tostes na última quinta-feira, associações e representantes das polícias e do Corpo de Bombeiros também questionaram o aumento apresentado pelo Executivo estadual.
A coluna apurou que além de um percentual maior, eles querem que sejam atendidos pleitos antigos, como incorporação de escala especial e reestruturação da carreira.