Política

Conheça os ministros anunciados para o governo de Jair Bolsonaro

Durante a campanha, o presidente eleito sustentou a tese que manteria apenas 15 dos 29 ministérios presentes no governo Temer. No entanto, acabou mantendo sete ministérios a mais do que havia previsto inicialmente

Foto: Agência Brasil

O presidente eleito Jair Bolsonaro definiu todos os 22 ministros que farão parte de seu governo a partir de 2019. Durante a campanha, Bolsonaro sustentou a tese que manteria apenas 15 dos 29 ministérios presentes no governo Temer. No entanto, acabou mantendo sete ministérios a mais do que havia previsto inicialmente. 

Uma das principais mudanças da estrutura ministerial promovida por Bolsonaro foi a extinção do Ministério do Trabalho, cujas atribuições serão incorporadas pelos ministérios da Justiça e Segurança Pública, da Economia e da Cidadania. Além disso, de acordo com o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, a expectativa é que o Banco Central e a Advocacia-Geral da União deixem de ter status de ministério.

Abaixo do presidente, de um lado estarão a Vice-Presidência, o Gabinete do presidente, a Assessoria Especial, a Assessoria de Comunicação, a Advocacia-Geral da União e o Banco Central. De outro lado, também como ministérios, estarão a Casa Civil, a Secretaria-Geral, a Secretaria de Governo e o Gabinete de Segurança Institucional, como já é hoje.

O Ministério da Economia vai incorporar o do Planejamento e parte da pasta de Indústria, Comércio Exterior e Serviços. O Ministério da Cidadania resultará da fusão de três pastas: Esporte, Cultura e Desenvolvimento Social.

Os outros ministérios serão: Agricultura; Ciência, Tecnologia e Comunicação; Relações Exteriores; Defesa; Educação; Saúde; Turismo; Infraestrutura (que cuidará de Transportes); Desenvolvimento Regional (fusão dos ministérios da Integração Nacional e Cidades); Transparência (ex-Controladoria-Geral da União); Minas e Energia; Meio Ambiente; e Direitos Humanos.

Confira todos os ministros anunciados por Bolsonaro:

Ministério do Meio Ambiente - Ricardo de Aquino Salles

Foto: Reprodução

Ricardo de Aquino Salles tem 43 anos, é advogado e foi secretário particular do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) antes de ser indicado para ocupar a Secretaria do Meio Ambiente daquele Estado. Na época filiado ao PP, Salles adotou, desde o princípio, o discurso da gestão eficiente, regramentos simples e celeridade nas políticas ambientais. Também sempre foi um crítico do que chamava de "ideologização" na área.

Fundador do movimento Endireita Brasi, Salles se filiou ao partido Novo, pelo qual concorreu a uma vaga na Câmara dos Deputados. Sua campanha foi marcada pela defesa da redução do Estado, de privatizações, do endurecimento da legislação penal, além de fortes críticas ao PT. Ele obteve 36.603 votos e não conseguiu ser eleito.

Uma das peças publicitárias de sua campanha a deputado neste ano causou polêmica. Na imagem, aparece uma foto de munições de fuzil e as mensagens: contra a praga do javali; contra a esquerda e o MST; contra o roubo de trator, gado e insumos; e contra a bandidagem no campo. A propaganda foi desautorizada pelo próprio partido de Salles. Em abril, foi um dos organizadores da manifestação que pediu a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Avenida Paulista.

Salles formou-se em Direito pelo Mackenzie, com pós-graduação pelas Universidades de Coimbra e Lisboa, além de especialização em administração de empresas. Ocupou a vice-presidência da Câmara Oficial Espanhola de Comércio no Brasil, foi diretor jurídico da Sociedade Rural Brasileira e conselheiro e diretor do Instituto Brasileiro de Concorrência, Comércio Internacional e Relações de Consumo (IBRAC).

Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos - Damares Alves

Foto: Reprodução/YouTube

Damares Alves é advogada, professora e pastora da igreja evangélica. Foi assessora do Senador Magno Malta (PR-ES), assessora jurídica da Frente Parlamentar Evangélica e da Frente Parlamentar da Família e Apoio à Vida.

Damares possui forte atuação nas pautas de violência contra mulher, combate ao aborto, combate da automutilação e suicídio entre jovens e questões indigenista. Foi a segunda mulher anunciada para compor o governo de Jair Bolsonaro.

Após ser anunciada como ministra, disse que vai trazer para o protagonismo mulheres que ainda não foram atingidas por políticas públicas e que vai fazer um amplo pacto pela infância, já que a Secretaria da Infância também passou a integrar sua Pasta. A Fundação Nacional dos Índios (Funai) deixa o Ministério da Justiça e passa a ficar ligada ao Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos.

Ministério de Minas e Energia - Almirante Bento Costa

Foto: Divulgação

O almirante de esquadra, Bento Costa Lima Leita de Albuquerque Junior, tem pós-graduação em Ciência Política pela Universidade de Brasília e MBA em gestão pública pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Natural do Rio de Janeiro, iniciou a carreira na Marinha em 1973.

Bento Costa Lima Leite já ocupou cargos como observador das forças de paz da ONU em Saraievo e assessor parlamentar do ministro da Marinha no Congresso. Defende a exploração da tecnologia nuclear como incentivo ao desenvolvimento da tecnologia de enriquecimento e produção nacional do combustível nuclear.

Quando anunciado para a pasta de Minas e Energia, Bento Costa fazia parte do conselho de administração da Nuclebrás, autarquia vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, responsável por desenvolver o programa nuclear brasileiro. Ocupava o cargo de diretor geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha.

O almirante foi o primeiro integrante da corporação a compor o ministeriado de Jair Bolsonaro e o sétimo militar a fazer parte do primeiro escalão do futuro governo.

Ministério da Cidadania e Ação Social - Osmar Terra 

Foto: Divulgação

Terra foi ministro de Michel Temer no Desenvolvimento Social e deixou o cargo em abril para concorrer à reeleição na Câmara. O nome dele é uma indicação de diversas frentes parlamentares que atuam no Congresso Nacional, como a da assistência social, de deficientes físicos, idosos e doenças raras.

O ministério será responsável por programas como o Bolsa Família e vai fundir as atribuições dos ministérios do Esporte, da Cultura, além da Secretaria Nacional de Política sobre Drogas (Senad), vinculada atualmente ao Ministério da Justiça.

Ministro do Turismo - Marcelo Álvaro Antônio

Foto: Google Imagem

Marcelo Álvaro está no segundo mandato e foi o deputado mais votado de Minas Gerais nas últimas eleições, com mais de 230 mil votos. Ele integra a frente parlamentar evangélica no Congresso. É o segundo ministro filiado ao PSL, partido do presidente eleito, no governo. O primeiro é Gustavo Bebianno, indicado para ministro da Secretaria-Geral da Presidência. O futuro ministro do Turismo já foi filiado ao PRP, MDB, PR e, neste ano, se transferiu para o PSL, partido que ele preside em Minas Gerais.

Ministro do Desenvolvimento Regional - Gustavo Henrique Canuto 

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agencia Brasil

Gustavo Canuto é formado em Engenharia de Computação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e em Direito pelo Centro Universitário de Brasília (UniCEUB). Atualmente exerce o cargo de secretário-executivo do Ministério da Integração e é servidor efetivo do Ministério do Planejamento.

O novo ministério do Desenvolvimento Regional será resultado da fusão dos ministérios de Cidades e Integração Nacional. Segundo seu perfil na página do Ministério, ele é integrante da carreira de Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental (EPPGG) e não tem filiação partidária.

Sua trajetória incluiu passagens pelas Secretarias de Aviação Civil e Geral da Presidência da República, além da Agência Nacional de Aviação Civil.

Ministro da Infraestrutura - Tarcísio Gomes de Freitas

Foto: Reprodução/Facebook

Tarcísio Gomes de Freitas foi nomeado diretor executivo do Departamento Nacional de Infraestrutura Transporte (DNIT) em meados de 2011, após a "faxina ética" determinada pela então presidente Dilma Rousseff no órgão, que passava por uma crise provocada por denúncias de corrupção.

Gomes de Freitas iniciou a carreira no Exército, mas acabou ingressando, por concurso, no quadro de auditores da Controladoria-Geral da União (CGU). É formado em Engenharia Civil pelo Instituto Militar de Engenharia (IME) e atuou como engenheiro da Companhia de Engenharia Brasileira na Missão de Paz no Haiti.

Ele entrou no DNIT como braço-direito do então diretor-geral Jorge Ernesto Pinto Fraxe, general do Exército, formado engenheiro na Academia Militar de Agulhas Negras. O general ocupou diversos postos na área de engenharia, em várias regiões do país, sempre como comandante de destacamentos de engenharia de construção. Tarcísio Gomes de Freitas substituiu o general em setembro de 2011, depois que ele voluntariamente se demitiu.

Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU) - Wagner de Campos Rosário

Foto: Agência Brasil

Wagner Rosário está no cargo desde maio do ano passado quando, na época, assumiu interinamente a pasta substituindo Torquato Jardim, que foi para o Ministério da Justiça.

Ex-secretário executivo da pasta desde 2016, Rosário também é servidor de carreira e ex-capitão do Exército. Tornou-se o primeiro servidor de carreira da CGU a assumir o cargo de secretário-executivo e ministro da pasta. Graduado em ciências militares, ele ainda tem na sua formação mestrado em corrupção e estado pela Universidade de Salamanca.

Ministério da Saúde - Luiz Henrique Mandetta

Foto: Camara dos Deputados

Mandetta foi o  10º nome anunciado por Bolsonaro e o 3º ministro do DEM no governo Bolsonaro. Além dele, já foram anunciados Onyx Lorenzoni (DEM-RS) para a Casa Civil e Tereza Cristina (DEM-MS) para a Agricultura.

O futuro ministro, que é formado em medicina pela Universidade Gama Filho, no Rio de Janeiro, tem 53 anos e é natural de Campo Grande (MS). Mandetta foi secretário da Saúde de Campo Grande de 2005 a 2010, e está no 2º mandato como deputado federal. Além disso, colaborava com o plano de governo de Bolsonaro na área da Saúde.

Advocacia Geral da União - André Luiz de Almeida Mendonça 

Foto: Agência Brasil

Com pós-graduação em Governança Global, Mendonça é advogado da União desde 2000 e foi procurador seccional da União em Londrina. Ele também coordenou a área disciplinar da Corregedoria da AGU.

Mendonça vai substituir a ministra Grace Mendonça, que é advogada da União desde 2001 e chefia a AGU desde setembro de 2016. Ela foi nomeada pelo presidente Michel Temer e foi a primeira mulher a assumir o comando da pasta.

Ministro da Secretaria-Geral da Presidência - Gustavo Bebianno

Foto: Agência Brasil

Presidente do PSL durante a campanha eleitoral, Gustavo Bebianno é advogado e também atuou como advogado do presidente eleito durante a campanha. O futuro ministro agradeceu a indicação e adiantou que a principal atividade de sua pasta será a modernização e a desburocratização do Estado. 

Ministério da Educação - Ricardo Vélez Rodríguez

Foto: Agência Brasil

Ricardo Vélez Rodríguez nasceu em Bogotá, tem 75 anos, e graduou-se em Filosofia e Teologia. Veio para o Brasil fazer pós-graduação nos anos 1970, sempre na área de Filosofia, obtendo o título de mestre e depois de doutor por universidades do Rio de Janeiro. Além disso, é autor de diversos livros, tendo dedicado sua carreira à docência universitária e à pesquisa. 

O futuro ministro chegou a ser Pró-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa da Universidade de Medellín, entre 1975 e 1978, quando retornou brevemente à Colômbia. Desde 1979, fixou residência no Brasil e deu aulas em universidades do Rio de Janeiro, Londrina e Juiz de Fora, tendo participado da criação de cursos de pós-graduação em Pensamento Político Brasileiro.

Secretaria de Governo - Carlos Alberto dos Santos Cruz 

Foto: Agência Brasil

Cruz ocupou a Secretaria de Segurança Pública durante o governo do presidente Michel Temer (MDB), entre 2017 e 2018 e foi apontado como o possível ocupante do mesmo cargo no futuro governo.

Nascido na cidade de Rio Grande (RS), em junho de 1952, o general formado na Academia Militar das Agulhas Negras (Resende/ RJ), comandou as tropas da ONU na Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (MINUSTAH) entre 2007 e 2009. Cruz também fez parte do grupo de conselheiros da ONU para a revisão do reembolso aos países contribuintes de tropas em missões de paz.

Quando entrou para a reserva do Exército Brasileiro em dezembro de 2012, assumiu a chefia de assuntos militares da Secretaria de Assuntos Estratégicos(SAE) da Presidência da República. No ano seguinte, voltou para ativa, designado pelo Secretário Geral da ONU, como comandante das tropas na Missão das Nações Unidas para a Estabilizaçãoda República Democrática do Congo (Monusco).

Banco Central - Roberto Campos Neto

Foto: Divulgação

Roberto Campos Neto tem 49 anos e atualmente ocupa o cargo de executivo do banco Santander. Ele é formado em Economia, com especialização em Finanças, pela Universidade da Califórnia, em Los Angeles.

Entre 1996 e 1999, ele trabalhou no Banco Bozano Simonsen, onde ocupou os cargos de operador de Derivativos de Juros e Câmbio, operador de Dívida Externa, operador da área de Bolsa de Valores e executivo da Área de Renda Fixa Internacional. De 2000 a 2003, trabalhou como chefe da área de Renda Fixa Internacional no Santander Brasil.

Em 2004, ocupou a posição de Gerente de Carteiras na Claritas. Ingressou no Santander Brasil em 2005 como operador e, em 2006, foi chefe do setor de Trading. Em 2010, passou a ser responsável pela área de Proprietária de Tesouraria e Formador de Mercado Regional e Internacional.

Secretaria do Tesouro Nacional - Mansueto Almeida

Foto: Estadão Conteúdo

Mansueto Almeida é técnico de Planejamento e Pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Foi coordenador-geral de Política Monetária e Financeira na Secretaria de Política Econômica no Ministério da Fazenda, entre 1995 e 1997; assessor da Comissão de Desenvolvimento Regional e de Turismo do Senado Federal, de 2005 a 2006. De 2014 a 2016, foi consultor privado.

Assim que Michel Temer assumiu a Presidência da República, em maio de 2016, Mansueto Almeida ocupou a Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae) do Ministério da Fazenda. Posteriormente, a Seae foi desmembrada, e Almeida comandou a Secretaria de Acompanhamento Fiscal, Energia e Loteria (Sefel). Quando o ministro Henrique Meirelles deixou a Fazenda para disputar as eleições presidenciais, Almeida passou a chefiar o Tesouro Nacional.

Ministério das Relações Exteriores- Ernesto Araújo

Foto: Agência Brasil

Nascido em Porto Alegre e formado em Letras, Ernesto Araújo tem 51 anos e é diretor do Departamento dos Estados Unidos, Canadá e Assuntos Interamericanos do Itamaraty. Mais recentemente, o diplomata serviu na Alemanha, no Canadá e nos Estados Unidos. 

Também atuou como subchefe de gabinete do então chanceler Mauro Vieira, de 2015 a 2016, e nas áreas de integração regional, Mercosul, União Europeia e negociações extra-regionais. É autor de trabalhos sobre o Mercosul e negociações extra-regionais.

Em artigo publicado no Cadernos de Política Exterior, do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais (IPRI), em 2017, o embaixador propõe que o Brasil reflita e defina se quer fazer parte da concepção de Ocidente do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Durante a campanha à Presidência da República, o diplomata criou um blog defendendo as ideias do então candidato do PSL, Jair Bolsonaro.

Ministério da Defesa- Fernando Azevedo e Silva

Foto: EBC

Fernando Azevedo e Silva foi chefe do Estado-Maior do Exército e passou para a reserva neste ano. Atualmente, o general assessora o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli. Natural do Rio de Janeiro, Azevedo e Silva foi declarado aspirante a oficial da Arma de Infantaria, em 14 de dezembro de 1976.

Em agosto do ano passado, ainda como chefe do Estado Maior do Exército, Azevedo e Silva defendeu a "conciliação" e "tolerância" nas eleições 2018. Ele ressaltou que os militares são "parte significativa da maioria do povo brasileiro que pretende usar o voto, a arma mais poderosa e legítima da democracia, para começar a superar a crise profunda em que estamos mergulhados."

O general foi comandante da Brigada de Infantaria Paraquedista (de 2007 a 2009); comandante do Centro de Capacitação Física do Exército (2009 a 2011); diretor do Departamento de Desporto Militar e presidente da Comissão Desportiva Militar do Brasil do Ministério da Defesa (2012).

Ele Foi presidente da Autoridade Olímpica (de 2013 a 2015) e comandante militar do Leste, no Rio de Janeiro, em 2016. Integrou, como atleta, as equipes das Forças Armadas de Voleibol e de Paraquedismo. Disputou os campeonatos Brasileiro (infantil e juvenil), os Jogos Estudantis Brasileiros (JEBs), o Mundial Militar do Conselho Internacional do Desporto Militar, entre outros.

Jair Bolsonaro mantém um oficial-general de quatro estrelas (topo da carreira) à frente do Ministério da Defesa. O atual ministro é o também general Joaquim Silva e Luna.

Ministra da Agricultura- Tereza Cristina

Foto: Zeca Ribeiro/Agência Brasil

A deputada federal Tereza Cristina (DEM-MS), 64 anos, será a primeira mulher ministra do governo Jair Bolsonaro. O próprio presidente eleito confirmou em sua rede social a indicação da deputada para o Ministério da Agricultura. A confirmação já havia sido feita também pelo deputado federal Alceu Moreira (MDB-RS).

Engenheira agrônoma e empresária, Tereza Cristina é presidente da FPA e tem uma longa trajetória no setor. Ela foi secretária de Desenvolvimento Agrário da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo de Mato Grosso do Sul durante o governo de André Puccinelli (MDB).

Neste ano, Tereza Cristina foi uma das lideranças que defenderam a aprovação do Projeto de Lei 6.299, que flexibiliza as regras para fiscalização e aplicação de agrotóxicos no país.

Durante a campanha e depois de eleito, Bolsonaro fez várias defesas do agronegócio e dos investimentos no campo. Ele chegou a anunciar a fusão dos ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente, mas depois afirmou que a questão ainda não está definida.

Ministério da Justiça e Segurança Pública - Sérgio Moro

Foto: Agência Brasil

Sérgio Moro é juiz federal desde 1996. Como titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, passou a ser conhecido nacionalmente em 2014, com sua atuação na operação Lava Jato, que apurou crimes cometidos naquele que foi considerado o maior escândalo de corrupção e lavagem de dinheiro já registrado no Brasil.

Na Lava Jato, Moro foi o responsável por julgar, em primeira instância, políticos e empreiteiros denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) por envolvimento no esquema. Outro caso em que atuou foi o do Banestado, entre 2003 e 2007, quando julgou um escândalo de evasão de dezenas de bilhões de reais do Banco do Estado do Paraná. O caso ocorreu década de 1990.

Sérgio Moro aceitou o convite para assumir o Ministério da Justiça durante reunião com Jair Bolsonaro, nesta quinta-feira (01), no Rio de Janeiro. O magistrado disse ter sido motivado pela perspectiva de "implementar uma forte agenda anticorrupção e anticrime organizado".

Conforme estabelecido pela equipe do presidente eleito, a pasta deverá passar uma por uma fusão com recém-criado Ministério da Segurança Pública. Caso isso se confirme, Moro também terá gerência sobre a Polícia Federal.

Antes de oficializar o convite a Moro, Bolsonaro já havia se referido ao juiz federal como um "grande símbolo" da luta contra a corrupção. Sérgio foi cotado pelo presidente eleito também para uma vaga no Supremo Tribunal Federal - durante o mandato de Bolsonaro serão abertas duas vagas na Corte por aposentadoria compulsória, a do ministro decano Celso de Mello, em novembro de 2020, e a de Marco Aurélio Mello, em julho de 2021.

Ministério da Ciência e Tecnologia - Marcos Pontes

Foto: Divulgação/ Agência Espacial Brasileira

O tenente-coronel Marcos Pontes foi o primeiro – e único, até hoje – brasileiro a viajar para o espaço, em 2006. A bordo da nave russa Soyuz TMA-8, Pontes foi à Estação Espacial Internacional e ficou por oito dias no laboratório espacial, onde realizou experimentos para a Agência Especial Brasileira (AEB).

Pontes é formado em engenharia pelo Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) e mestre em engenharia de sistemas pela Naval Postgraduate School, na California (EUA). Em 1998, foi selecionado para o programa na Nasa – agência especial americana – e, naquele mesmo ano, foi declarado oficialmente astronauta.

Marcos Pontes foi confirmado como ministro da Ciência e Tecnologia na última quarta-feira (31). Nas eleições 2018, além de atuar na campanha de Jair Bolsonaro à Presidência da República, ele concorreu como segundo suplente do senador eleito Major Olímpio (PSL-SP).

Em 2014, Pontes já havia se candidatado a deputado federal por São Paulo. No entanto, com pouco mais de 43 mil votos, não conseguiu se eleger.

Gabinete de Segurança Institucional - General Augusto Heleno

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Filiado ao PRP, Augusto Heleno é general da reserva do Exército brasileiro. Graduou-se em 1969 na Academia Militar das Agulhas Negras, localizada em Resende, no Rio de Janeiro, e acumulou 45 anos de serviço até ir para reserva, em 2011. Durante o período, chefiou as tropas brasileiras no Haiti e o comando militar da Amazônia.

Para as eleições 2018, o militar chegou a ser cogitado como vice de Bolsonaro, que foi seu cadete nas Forças Armadas. Ele era opção antes de Hamilton Mourão, também general, que agora ocupa o cargo. Os dirigentes do PRP afirmaram que não era de interesse da sigla que ele assumisse o posto.

Heleno e Bolsonaro se conheceram na década de 1970, na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN). A proximidade, no entanto, veio após o impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff. Procurado pelo próprio Bolsonaro para ajudar com a campanha, Heleno montou uma equipe ampla para discutir propostas de governo.

Ministério da Casa Civil - Onyx Lorenzoni

Foto: Divulgação

Veterinário de formação, Onyx Lorenzoni é filiado ao DEM e deputado estadual pelo Rio Grande do Sul, cargo para o qual foi reeleito nas eleições deste ano - sendo o segundo candidato mais votado de seu Estado.

O futuro ministro da Casa Civil encerra, neste ano, seu quarto mandato consecutivo na Câmara dos Deputados. Lorenzoni exerceu seu primeiro cargo político como deputado estadual pelo Rio Grande do Sul, em 1995. Ficou na Assembleia Legislativa gaúcha até 2002, ano em que foi eleito deputado federal pela primeira vez.

Em 2016, Lorenzoni tornou-se relator do projeto que transforma em lei as dez medidas contra corrupção, propostas pelo Ministério Público Federal. Na operação Lava Jato, o deputado foi citado em delação de executivo da Odebrecht como suposto destinatário de R$ 175 mil para sua campanha de 2006. A denúncia, no entanto, foi arquivada pelo STF a pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que afirmou que as diligências realizadas não foram suficientes para comprovar o suposto crime.

Aliado de Jair Bolsonaro, Onyx Lorenzoni, cuja amizade com o presidente eleito remonta aos tempos de Congresso, é entusiasta e apoiador de sua candidatura desde o início. Trabalhou em costuras locais pró-Bolsonaro nas eleições e está encarregado das conversas com outros deputados para angariar apoio e montar a base parlamentar do governo. Além disso, Lorenzoni foi o escolhido para coordenar a equipe de transição do novo governo.

Ministério da Economia - Paulo Guedes

Foto: Claudio Belli/Valor/Folhapress - 19.09.2018

Mestre em economia pela Universidade de Chicago (EUA) e presidente do conselho de administração da Bozano Investimentos, Paulo Guedes é conhecido por defender o liberalismo econômico e defende medidas como a Reforma da Previdência. O economista será o responsável por chefiar o chamado "superministério" de Economia, que englobará as pastas da Fazenda, Planejamento e Indústria e Comércio.

Guedes foi a primeira indicação do presidente eleito a assumir algum ministério em seu governo. Até pouco tempo neófito no mundo político, Paulo Guedes foi apresentado a Bolsonaro em novembro do ano passado e uniu-se ao grupo oficialmente neste ano. Tornou-se fiador de seu projeto liberal e muleta de primeira quando o assunto na campanha se voltou para a economia - passou a ser chamado jocosamente pelo próprio candidato de "Posto Ipiranga".

Paulo Guedes também coordena um grupo grande de técnicos, entre economistas, advogados e outros especialistas, que trabalham no plano de governo. Ele tem feito sondagens para cargos no futuro governo, entre executivos de bancos e gestoras e integrantes da equipe de Michel Temer.

Ainda durante a campanha eleitoral de Bolsonaro, o Ministério Público Federal abriu uma investigação criminal, sob suspeita de gestão fraudulenta praticada por Guedes. Ele estava à frente de fundos de investimentos (FIPs) que receberam R$ 1 bilhão, entre 2009 e 2013, de fundos de pensão ligados a empresas públicas. Os advogados do futuro ministro afirmaram, na época, que a abertura da apuração era "uma afronta à democracia", cujo principal objetivo seria confundir o eleitor.