Política

Carlos Manato afirma que pronunciamento de Bolsonaro não apoia manifestações

Ainda segundo o ex-candidato ao governo do Estado, o Presidente deu sinais de que aceitou o resultado das eleições

Tiago Alencar

Redação Folha Vitória
Foto: Alexandre Mendonça

Cerca de 42 horas após ser derrotado nas urnas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o atual presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PL), quebrou o silêncio e fez  seu primeiro pronunciamento a respeito do desfecho das eleições. O discurso tem sido apontado por especialistas como pouco claro quanto à aceitação do resultado.

No entanto, na avaliação do ex-deputado Carlos Manato (PL), que disputou o governo do Estado no segundo turno das eleições pelo partido de Bolsonaro, o chefe do Executivo federal sinalizou ter aceitado a derrota, além de ter dado a entender que não apoia as manifestações que têm tomado conta do país, com obstruções de rodovias e estradas por parte de bolsonaristas inconformados com o resultado do pleito do último domingo (30).

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"Ele mostrou que vai agir dentro da Constituição, que está disposto a começar a transição. Não apoiou a manifestação e vai agir conforme a lei. O que eu mais gostei é que ele vai cumprir o que estiver dentro das quatro linhas constitucionais e que não concorda com baderna", disse Manato.

Durante os pouco mais de dois minutos de pronunciamento, Bolsonaro afirmou que as manifestações que têm causado transtornos em diversas regiões do País  "são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral'.

"As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda que sempre prejudicaram a população como invasão de propriedades, destruição de patrimônio e fechamento do direito de ir e vir. A direita surgiu de verdade em nosso país", afirmou.

Leia o pronunciamento na íntegra:

"Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral. As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda que sempre prejudicaram a população como invasão de propriedades, destruição de patrimônio e fechamento do direito de ir e vir.
A direita surgiu de verdade em nosso país. Nossa robusta representação no Congresso mostra a força dos nossos valores: Deus, pátria, família e liberdade. Formamos diversas lideranças pelo Brasil.
Nosso sonho segue mais vivo do que nunca. Somos pela ordem e pelo progresso. Mesmo enfrentando todo o sistema, superamos uma pandemia e as consequências de uma guerra.
Sempre fui rotulado como antidemocrático e, ao contrário dos meus acusadores, sempre joguei dentro das quatro linhas da Constituição. Nunca falei em controlar ou censurar a mídia e as redes sociais. Enquanto presidente da República, esse cidadão, continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição.
É uma honra ser o líder de milhões de brasileiros que, como eu, defendem a liberdade econômica, a liberdade religiosa, a liberdade de opinião, a honestidade e as cores verde e amarela da nossa bandeira.
Muito obrigado!"

Resultado incontestável

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, disse, na noite deste domingo, 30, que foram os eleitores quem atestaram a credibilidade das urnas, sucessivamente atacadas nos últimos tempos. Em coletiva, o ministro afirmou ainda esperar que "cessem agressões ao sistema, aos discursos fantasiosos, notícias criminosas contra urnas".

"Quem atestou credibilidade das urnas foram eleitores e eleitoras que foram votar e confiam na Justiça", disse o ministro. "Essa etapa se encerra com vitória da democracia, sociedade, de eleitores que compareceram", complementou.

Aplaudido por autoridades que acompanharam a coletiva na Corte, Moraes disse que foi concluída uma "eleição extremamente polarizada que mostrou aumento de número de votos em candidatos", com "absoluta segurança e competência na apuração e divulgação dos resultados". O ministro afirmou ainda não vislumbrar "nenhum risco real de contestação".

"O resultado foi proclamado e os eleitos serão diplomados em 19 de dezembro e tomarão posso em 1º de janeiro. Quanto a eventuais fissuras, fazem parte do jogo democrático e agora compete muito mais aos vencedores unir o país. Aqueles que são eleitos governarão para todos os brasileiros, não só para todos os eleitores", completou Moraes.