Cidadão capixaba

Discurso de Bolsonaro no ES é marcado por ataques ao PT e falas sobre tornozeleira e vacina

Bolsonaro recebeu título de cidadão capixaba na Assembleia e a comenda da Ordem do Mérito Domingos Martins

Guilherme Lage

Redação Folha Vitória
Foto: Thiago Soares/Folha Vitória

O ex-Presidente da República Jair Bolsonaro (PL) esteve na Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) na tarde desta sexta-feira (10) para receber homenagens concedidas por deputados estaduais, entre elas o título de cidadão capixaba.

Muito ovacionado pelo público que lotou as galerias da Casa, Bolsonaro discursou por cerca de 40 minutos. 

Em sua fala, o ex-presidente não economizou críticas ao Partido dos Trabalhadores (PT), ao atual presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), à Reforma Tributária e à prisão de envolvidos nos atos golpistas do dia 8 de janeiro, em Brasília. 

Aos gritos de mito, Bolsonaro subiu ao púlpito e começou seu discurso agradecendo a presença do público que foi à sessão da Ales.

"Eu gostaria de falar por duas horas, me orientaram a falar por uma, mas me contento com 30 minutos. Poucos aqui chegaram onde cheguei, 68 anos de idade. A gente olha para trás e como o tempo passa rápido, como um mandato passa rápido. Eu fui vereador por 2 anos, 28 anos deputado federal e depois aconteceu uma falha do sistema, nos elegemos Presidente da República, claro que o sistema tentou me tirar de combate no dia 06 de setembro de 2018", disse o ex-presidente em referência à data em que foi esfaqueado, em Juiz de Fora, Minas Gerais. 

Em seguida, o ex-presidente endureceu o tom, inflamando a plateia de apoiadores. Veja abaixo os principais pontos do discurso de Bolsonaro no ES:

"Lula é amigo do Hamas"

Foto: Thiago Soares/Folha Vitória

Durante o discurso, o ex-presidente fez referência ao conflito entre Israel e Hamas, no Oriente Médio. Durante a fala, Bolsonaro afirmou manter boas relações com Israel e que Lula foi eleito pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

Também afirmou que Lula é amigo do Hamas, além de relembrar a criação do Foro de São Paulo e acusar o petista de inação em negociar com o grupo terrorista para a libertação de reféns israelenses na Faixa de Gaza. 

"Estão com ciúmes porque eu conversei com o chefe de gabinete do Benjamin Netanyahu. Por coincidência, me encontrei com o embaixador israelense há quatro dias, quando a convite de parlamentares, fui assistir a um filme da barbaridade das ações do Hamas lá na região da Faixa de Gaza", afirmou. 

Petistas são inimigos, não adversários políticos

Foto: Thiago Soares/Folha Vitória

Durante sua fala, o ex-presidente afirmou que não encara partidos de esquerda, em especial o PT, como adversários políticos, mas sim como inimigos. Uma posição que, segundo ele, deveria ser compartilhada por seus seguidores e pela sociedade brasileira em geral. 

Bolsonaro criticou a reforma tributária aprovada pelo Senado e, neste momento, aproveitou para atacar o PT, a quem acusou de tentar roubar a dignidade dos brasileiros. 

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"Esse pessoal do PT, não são adversários, são inimigos. Quem quer roubar a dignidade do teu filho, da tua filha. Quem quer roubar sua propriedade privada, sua liberdade, você não pode tratar como adversário político, são inimigos", frisou. 

Além disso, o ex-presidente questionou o motivo de sua inegibilidade e acusou o presidente Lula de querer uma eleição sem competidores. "Me reuni com embaixadores, não com bandidos", disse. 

Bolsonaro questionou novamente as vacinas contra a covid-19

Foto: Thiago Soares/Folha Vitória

Ainda em seu discurso, o ex-presidente relembrou sua gestão na pandemia de covid-19 e criticou mais uma vez a política de isolamento adotada no Brasil e em diversos outros países do mundo para conter o avanço da doença. 

"Nos últimos quatro anos, enfrentamos, junto com o mundo, sérios problemas que afetaram a todos. A questão da pandemia e da Guerra com a Ucrânia. Eu fui negociar com o Putin o fornecimento de fertilizantes para o Brasil, resolvemos a questão. Na pandemia atendemos aos mais necessitados. 'Ah, fique em casa, a economia a gente vê depois'. É muito bonito para quem tem salário fixo, renda, ou uma gorda caderneta de poupança", afirmou. 

Além disso, Bolsonaro voltou a questionar a eficácia das vacinas contra a doença, afirmando, novamente, que a segurança dos imunizantes não foi comprovada. 

A informação dada por ele não confere com os dados, uma vez que os imunizantes receberam aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para serem utilizados em todo o país, tendo passado por análises de segurança, qualidade e eficácia. Mesmo as vacinas que receberam autorização para aplicação emergencial passaram por esse tipo de avaliação.

"Me acusam de muita coisa, comprei as vacinas que se precisava comprar. Não obriguei ninguém a tomar vacina, toma quem quer. Daí falam 'ele é contra a vacina'. Eu sou receoso nessa vacina, que ainda não tem a sua comprovação científica. Isso chama-se liberdade, direito de escolher. Não podemos obrigar uma pessoa a fazer o que ela não quer", disse. 

"Não são bandidos", diz ex-presidente sobre envolvidos em atos golpistas

Foto: Thiago Soares/Folha Vitória

Bolsonaro também defendeu os envolvidos nos atos golpistas do dia 8 de janeiro, em Brasília, em que manifestantes depredaram prédios do poder público no Distrito Federal. 

Segundo o ex-presidente, as prisões dos envolvidos são arbitrárias e injustificadas e que os envolvidos nos atos antidemocráticos não são criminosos, e que não utilizaram nenhuma arma durante as manifestações. 

"Quando se fala em democracia, como dói meu coração, quando vejo aos quatro cantos do Brasil pessoas usando tornozeleira eletrônica sem ser bandido. Ser condenada com um dos artigos do código penal que ela tentou de forma violenta armada derrubar o Estado Democrático de Direito. Arma onde? O que está acontecendo com nosso Brasil?".

Após quase 40 minutos, Bolsonaro encerrou o discurso agradecendo aos presentes e aos parlamentares que estavam no local. "Deus, pátria, família e liberdade", disse ao finalizar a fala na Assembleia. 

Leia Também: Bolsonaro sobre presos por atos golpistas: "Dói no meu coração"

Thiago Soares/Folha Vitória
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Fabiana Tostes/ Folha Vitória
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