Política

Deputados aprovam bônus para profissionais de saúde e educação do ES

Professores receberão bonificação de R$ 6,5 mil, enquanto profissionais de saúde que atuaram no combate à pandemia receberão de R$ 2 mil a R$ 3 mil

Foto: Ana Salles / Ales

Os deputados estaduais aprovaram, durante sessão extraordinária nesta quarta-feira (8), a bonificação de até R$ 3 mil para servidores estaduais da saúde e de R$ 6,5 mil para os da educação. O pagamento será feito ainda no contracheque de dezembro. 

A proposta foi encaminhada na terça-feira (07) pelo governo do Estado, que agora ficará encarregado de sancionar as leis. Durante a sessão desta quarta, muitos parlamentares lamentaram que a remuneração não pôde ser estendida a todos os trabalhadores dessas áreas devido a impedimentos legais.

O PL 837/2021, que trata da bonificação extra para profissionais do magistério vinculados à Secretaria de Estado da Educação (Sedu), gerou grande debate. Parlamentares revelaram ter recebido diversas reclamações de professores que não atuam nas salas de aula e demais categorias da educação, não contemplados pela bonificação.

O abono irá contemplar cerca de 14 mil profissionais que estiverem no efetivo exercício da profissão em unidades escolares, atuando como professores, pedagogos, coordenadores e diretores. 

Segundo o projeto, de modo geral, para que tenham direito ao recurso financeiro extra, o funcionário deve cumprir, cumulativamente, critérios, como ter vínculo ativo, efetivo ou temporário com a Sedu e exercer atividades nas escolas públicas da rede estadual, além de não ter ausências.

O deputado Sergio Majeski (PSB) apresentou uma emenda para estender o alcance da bonificação a profissionais do magistério que atuam em atividades administrativas na Sedu, como aqueles lotados nas superintendências regionais de educação, bem como auxiliares de secretaria escolar e agentes de suporte educacional, aposentados e professores das escolas técnicas estaduais.

A alteração proposta foi apoiada por diversos deputados, como Torino Marques (PSL), Iriny Lopes (PT), Theodorico Ferraço (DEM), Vandinho Leite (PSDB) e Janete de Sá (PMN), que cobrou do líder do governo, Dary Pagung (PSB), uma saída para essa questão. 

De acordo com Janete, o Tribunal de Contas do Estado (TCE-ES) só autorizou a concessão do bônus para professores que estão dentro da sala de aula, o que ela classificou como um “equívoco”.

Apesar de parlamentares terem cobrado mais profundidade no debate, Pagung reforçou que o parecer do TCE é válido apenas para profissionais que estão em efetivo exercício, vedando qualquer benefício financeiro para aqueles “que não recebem pelo Fundeb 70”. 

Freitas (PSB) defendeu que não falta ao governo vontade para dar abono a 100% dos servidores estaduais, embora tenha haja impedimentos legais.

>> Veja quais profissionais da Educação vão receber o abono de R$ 6,5 mil no ES

Foto: Divulgação/ Sedu
Receberão o bônus de R$ 6,5 mil os profissionais que estiverem no efetivo exercício da profissão

Mesmo com as declarações dadas pela base do governo, o presidente Erick Musso (Republicanos) paralisou momentaneamente a sessão extra para fazer uma consulta junto à Corte de Contas. “Estamos diante de um impasse que eu acho que pode ser solucionado”, avaliou. 

Musso lembrou que nenhuma emenda apresentada por deputado tem validade para aumentar as despesas do Executivo.

No retorno da sessão plenária, após cerca de 15 minutos, o presidente disse ter recebido uma ligação do governador Renato Casagrande (PSB). 

O chefe do Executivo se comprometeu a solicitar nova consulta ao Tribunal de Contas para que o órgão autorize ou não a ampliação do bônus para as demais categorias da educação. Se for autorizada a extensão, revelou Musso, o governador enviará novo projeto ao Legislativo.

Após a discussão na reunião conjunta das comissões de Justiça, Educação, Cidadania e Finanças, o relatório apresentado por Bruno Lamas (PSB) rejeitou a emenda de Majeski e foi apoiado pelos demais membros dos colegiados. 

Durante a tramitação, os parlamentares cobraram uma resposta clara por parte da TCE-ES sobre a possibilidade ou não de extensão do bônus. Logo em seguida a proposta foi acolhida pelo Plenário.

Musso frisou que aguarda um retorno do governo, se possível ainda nesta quarta (8), pois existem professores que recebem pelo Fundeb, mas estão lotados em outros departamentos a pedido da Sedu. 

Já Torino Marques pediu atenção ao governo e alertou para uma possibilidade de greve dos servidores não contemplados.

Bônus para a saúde

O PL 836/2021, que concede o bônus para servidores da saúde, também foi aprovado pelos parlamentares, nesta quarta. A proposta foi considerada justa pelos deputados, que reconheceram a atuação desses profissionais no cenário da pandemia. 

A matéria recebeu parecer favorável das comissões de Justiça, Cidadania, Saúde, além de Finanças. Nessa comissão, o relator Freitas revelou impacto financeiro para 2021 de R$ 30,6 milhões.

Foto: Diego Simão/TV Vitória
Bônus de até R$ 3 mil é válido para profissionais que atuaram diretamente no combate à pandemia

Para os profissionais de saúde que trabalharam por pelo menos 12 meses, entre abril de 2020 e setembro de 2021, o benefício será de R$ 3 mil. Já para quem atuou de seis a 12 meses no sistema de saúde estadual, nesse mesmo período, terá um bônus de R$ 2 mil

Responsável pelo parecer na comissão de Justiça, Gandini (Cidadania) lembrou que nem todos os servidores receberão o benefício, mas somente aqueles que atuaram diretamente no combate à pandemia da covid-19 no estado.

A bonificação será concedida diante da exceção prevista na Lei Complementar Federal 173/2020. Na Comissão de Cidadania, Iriny considerou “perversa” a legislação federal que impede reajustes neste ano.

No colegiado de Saúde, o relator Dr. Emílio Mameri (PSDB) lembrou que muitos médicos, enfermeiros e demais profissionais de saúde perderam a vida na luta contra a pandemia. “É mais do que justo”, classificou sobre o projeto. 

Já Doutor Hércules (MDB) lamentou que o governo não pôde estender a remuneração extra para todos os servidores da área.