Política

Procurador terá de pagar R$ 90 mil por chamar Gilmar Mendes de "maior laxante do Brasil"

"Ele solta todo mundo, sobretudo os criminosos de colarinho branco", afirmou Fernando Aurvalle da Silva Krebs na ocasião

Redação Folha Vitória
Foto: Nelson Jr./SCO/STF

O procurador do Ministério Público de Goiás, Fernando Aurvalle da Silva Krebs, vai ter de pagar R$ 90 mil ao ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pelo episódio em que chamou o decano, durante uma entrevista para uma rádio em 2018, de "maior laxante do Brasil". 

"Ele solta todo mundo, sobretudo os criminosos de colarinho branco", afirmou o procurador na ocasião.

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A mais recente decisão sobre o caso, assinada pelo ministro Kassio Nunes Marques, do STF, se tornou definitiva no último dia 31. Com isso, deu-se início a execução da sentença, e foi calculado, em ferramenta oficial do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, o valor final a ser pago por Krebs. 

A correção e os juros desde a data da ofensa - 7 de junho de 2018 - quase dobraram a indenização imposta ao procurador.

No último dia 3, o ministro Gilmar Mendes indicou ao juízo da 4ª Vara Cível de Brasília a destinação do valor: uma doação ao Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH), sociedade civil sem fins lucrativos sediada em Brasília que se dedica à assistência jurídica de migrantes, refugiados e apátridas.

O gabinete do ministro diz que a doação "faz parte do histórico do ministro de destinar os valores recebidos em processos de indenizações a instituições e organizações que prestam serviços à sociedade". 

O escritório Mudrovitsch Advogados, que representou o ministro no processo, também vai doar os R$ 10 mil obtidos a título de honorários advocatícios.

As ofensas que foram pivô da condenação foram proferidas no dia 7 de junho de 2018, quando Krebs, então promotor de justiça, deu entrevista à Rádio Brasil Central afirmando: "Não. Ele solta inclusive contra a lei. Ele cria sua própria lei. Aliás o Gilmar eu não sei como ele é ministro do Supremo ainda".

Na esfera cível, Krebs foi condenado a indenizar Gilmar pelo episódio. Na esfera administrativa, recebeu uma pena de censura imposta pelo Conselho Nacional do Ministério Público.

Em primeiro grau, o valor da indenização imposta ao procurador foi de R$ 10 mil - montante que foi mantido pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios. Em agosto, o Superior Tribunal de Justiça aumentou a quantia R$ 50 mil por entender que a quantia fixada em primeiro grau era "insuficiente".

Krebs recorreu da decisão ao STF e o caso parou no gabinete do ministro Kassio Nunes Marques. O recurso não foi conhecido pelo ministro e então a última palavra sobre o tema foi dada, em outubro. No último dia 31, o caso transitou em julgado - a condenação se tornou definitiva - no STF.