O governador Renato Casagrande (PSB) abriu as portas do Palácio Anchieta para receber a imprensa, comentar o resultado das eleições e os próximos passos dele na política. O socialista foi derrotado pelo ex-governador Paulo Hartung (PMDB), que foi eleito no primeiro turno no último domingo (5).
Casagrande afirmou que o ex-governador Hartung era candidato desde que saiu do governo, mas que ele só soube disso em julho e por isso não deu tempo de desconstruir a imagem do governador eleito.
“A estratégia dele foi exitosa. Ele dissimulou que estaria cumprindo o compromisso feito (com Casagrande) e aí o tempo para fazer as comparações ficou curto”, disse Casagrande ao defender que sua estratégia na campanha foi boa e que fez o que dava para fazer.
Segundo ele, havia uma conversa antes da candidatura do Governo e ao Senado desde muito tempo e a estratégia que ele usou foi a que teve êxito. O socialista lembrou ainda que conversava com Hartung durante o tempo em que esteve no governo e que o peemedebistas nunca havia feito críticas.
Somente em julho, na convenção do PMDB, que Casagrande descobriu que Hartung seria seu adversário. “Tivemos apenas três meses, onde a informação circulou nós ganhamos as eleições. O ex governador se apropriou de coisas que fizemos no nosso governo. Ele tem nome muito forte, é muito protegido”, disse Casagrande ao opinar que sua campanha teve a estratégia correta.
Oposição
O governador disse que agora há dois grupos políticos diferentes no Estado e descartou nova parceria com Hartung, mas que não fará oposição por oposição.
“Vou sempre apontar os erros administrativos e erros e deficiências éticas. Vou ter uma postura de apoio em tudo o que for bom. Não é porque eu não ganhei. A campanha me deu independência para eu apontar aquilo que é errado. Não tem oposição por oposição, tem independência”, garantiu o socialista.
Críticas
Casagrande rebateu as críticas que Hartung fez assim que foi confirmada a vitória do peemedebista. Ele afirmou que Hartung faz críticas pra reduzir a expectativa para o Governo dele.
“Agora ele está tentando diminuir a expectativa. Ele vai vai receber um Estado muito melhor que em 2003 e muito melhor que ele (Hartung) entregou. Ele entregou organizado, mas vai receber muito mais organizado”, disse Casagrande.
O governador disse que deixa um conjunto de obras e projetos que serão entregues entre 31 de dezembro e 1º de janeiro e com dinheiro no caixa. “Eu não paralisei nenhuma obra, nem programa, nem projeto. Meu governo foi aprovado com mais de 70%. Preciso defender esse legado”, pontuou.
Ricardo, Camata e Contarato
O governador preferiu não se aprofundar ao comentar a postura do senador Ricardo Ferraço (PMDB), do ex senador e governador Gerson Camata (PMDB) e o ex-candidato ao Senado e delegado Fabiano Contarato, que inicialmente apoiavam Casagrande e mudaram para o time de Hartung.
“Não cabe fazer isso agora. Cada um com sua consciência. Acho que eles devem descansar, deitar e fazer uma reflexão do comportamento”, disse Casagrande.