Depois do planejamento estratégico realizado pelo governador Paulo Hartung (PMDB), o secretário da Saúde, Ricardo de Oliveira, ficou com a missão de promover um choque de gestão dentro da pasta, destacando como pilares a transparência, a eficiência e a meritocracia.
Mas a missão mais complicada dada ao secretário foi a de entregar o Hospital Geral de Cariacica antes do término da gestão. O projeto deverá ficar pronto ainda este ano, enquanto a licitação está prevista para 2016.
O planejamento regional poderá desafogar os hospitais da Grande Vitória e facilitará o deslocamento de pacientes, evitando o transporte pelas estradas do Estado.
Folha Vitória – O governo do Estado promoveu um planejamento estratégico recentemente. O que ficou determinado para a saúde?
Ricardo de Oliveira – O planejamento estratégico foi algo geral. Foi ali que traçamos diretrizes para as várias áreas do governo. Também foram estabelecidas prioridades para a saúde. Desenvolveremos o planejamento regional.
FV – Como é previsto planejamento regional?
RO – Vamos fazer um estudo das necessidades das regiões e, a partir desse estudo, realizar o atendimento de acordo com as necessidades específicas da região. Vamos direcionar o investimento dentro de uma lógica.
FV – De que forma funcionará essa regionalização?
RO – A racionalidade dos investimentos tendem a fortalecer o trabalho de cooperação de cada prefeitura. A ideia é diminuir o trânsito de pessoas pelas estradas. Uma pessoa sairá de Barra de São Francisco e poderá ser atendido em Colatina e não mais em Vitória.
FV – Como será esse choque de gestão?
RO – Queremos melhorar a gestão aplicando a transparência, a eficiência e a meritocracia. Na hora de contratar pessoas utilizaremos critérios para o acesso aos cargos da saúde. Serão cargos de diretores, superintendentes. Será um processo público. O gestor não consegue administrar se não houver transparência. A meritocracia está representada quando se estabelecer os critérios para acesso aos cargos da saúde. A eficiência é um pilar que estará presente com o planejamento regional.
FV – Quando a população poderá ter acesso ao novo Hospital São Lucas, que atualmente passará a ser o Hospital Estadual e Urgência e Emergência?
RO – O Hospital São Lucas foi inaugurado incompleto e agora deverá aguardar mais dois anos até sua inauguração completa. São previstos mais R$ 26 milhões até sua conclusão. Mas estamos colocando o hospital para funcionar. O pronto-socorro continuará funcionando no Hospital da Polícia Militar.
FV – E quanto ao Hospital Geral de Cariacica, o que será feito?
RO – Temos o perfil definido, temos o terreno definido. Agora vamos planejar e correr com essa meta. O Hospital de Cariacica contará com 350 leitos e será uma unidade de atendimento geral com maternidade. Os projetos devem ser concluídos neste ano e a licitação deve ser realizada em 2016, com conclusão da obra prevista para 2018. O hospital será construído na Rodovia Leste-Oeste, no bairro Bela Vista.
FV – Recentemente foi aprovada lei para o pagamento dos hospitais filantrópicos. O Estado continuará a utilizar os hospitais filantrópicos?
RO – Continuaremos a fazer parceria com os hospitais filantrópicos, as organizações sociais e os hospitais particulares. O que seria da população de Cachoeiro de Itapemirim, se não existissem os filantrópicos?
FV – Como será o atendimento da atenção básica de saúde?
RO – Vão ser 16 novas Unidades de Saúde da Família (USF). A parceria do Estado com os municípios na construção dessas unidades é importante para reduzir a sobrecarga dos leitos hospitalares, já que cerca de 80% dos problemas de saúde podem ser resolvidos com uma atenção básica de qualidade. O financiamento da construção da unidade e saúde foi realizado pela Secretaria de Saúde. Ainda este ano devem ser entregues unidades em Alto Rio Novo, Bom Jesus do Norte, Colatina, Guarapari, Iúna e Mantenópolis.