Política

Supostas irregularidades na construção da sede da Petrobras em Vitória serão debatidas em Brasília

Ex-gerente de Empreendimento da Petrobras Celso Araripe, que atuou na época da construção do prédio na Reta da Penha, foi indiciado pela PF junto com o empresário Marcelo Odebrecht

Prédio da Petrobras pode ter sido superfaturado Foto: ​Divulgação

Depois de analisar documentos enviados pela Prefeitura de Vitória referentes à obra da Petrobras, o vereador Luiz Emanuel (PSDB) suspeita de lisura em contrato realizado entre o Executivo e a empresa.

Ao analisar mais de 10 mil páginas de documentos com sua assessoria, o tucano levantou alguns questionamentos.

“A rua Maria Rosa contou com 26 desapropriações, realizadas na gestão do ex-prefeito João Coser. Todas foram acopladas, vinculadas, à obra da Petrobras. Vejo isto como motivo de investigação. Outro ponto sob suspeita é a questão da mudança do PDU de Vitória. Devemos apontar também que a obra deveria ter uma compensação ambiental com uma área de 15 mil metros quadrados que deveriam ser destinados ao Parque Von Schilgen. Se for conferir, lá tem uma área de 4.166 metros quadrados”, apontou.

Outro questionamento é o valor da obra. Ela foi orçada R$ 90 milhões. No entanto, o valor inicial do contrato, assinado em 19 de janeiro de 2007, foi de R$ 486.185.223. Quando as obras foram entregues, em 2011, o montante pago chegou a R$ 580 milhões.

O parlamentar vai para Brasília no dia 3 de agosto e participará da abertura dos trabalhos da CPI da Petrobras, no dia 4 de agosto. A intenção do vereador é entregar toda documentação aos deputados Antonio Imbassahy (PSDB-BA), Rubens Bueno (PPS-PR) e ao capixaba Max Filho (PSDB).

Na última segunda-feira, o ex-gerente de Empreendimento da unidade de Vitória Celso Araripe D’Oliveira, que atuou na época da construção do prédio na Reta da Penha, foi indiciado pela Polícia Federal junto com o empresário Marcelo Bahia Odebrecht.

Em nota, o ex-prefeito de Vitória, João Coser, informou que as desapropriações citadas fazem parte das obras de ampliação e reurbanização da rua Dona Maria Rosa, em Andorinhas. Tais obras foram realizadas com o objetivo de melhorar os acessos à Avenida Maruípe, a partir da construção da nova Ponte de Passagem e da ampliação da avenida Fernando Ferrari. Segundo o ex-prefeito, as intervenções viárias na rua Dona Maria Rosa foram realizadas com recursos fruto de contrapartida da Petrobras.

Coser informa ainda que as desapropriações realizadas com objetivo de ampliar a Rua Dona Maria Rosa, foram de conhecimento público, sendo publicadas no Diário Oficial do Município e em jornais de grande circulação em forma de decreto municipal, no qual consta a sua destinação.

"No que diz respeito ao Parque Urbano Municipal Chácara Paraíso, em Barro Vermelho, o ex-prefeito esclarece que assinou o decreto número 15.377 de sua criação no dia 05 de junho de 2012. Já sua inauguração aconteceu no dia 29 de junho de 2013. Ao todo são 15 mil metros quadrados de área voltada para conservação, proteção e educação ambiental, lazer, turismo e valorização da paisagem da cidade. A área do parque foi cedida pela Petrobras como medida compensatória ao impacto da sede da empresa construída próximo ao local. Além disso, a Petrobras repassou ao município um montante de R$ 3,6 milhões para a construção do parque. Destaca-se ainda que todo o processo de implantação do parque foi acompanhado por uma comissão formada por moradores dos bairros vizinhos e por órgãos da Prefeitura", encerra a nota.

A Petrobras não tem comentado sobre a construção da sede em Vitória.

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