FHC diz que não estimula participação de tucanos em movimento pró-impeachment
FHC lembrou resistiu à ideia de impeachment de Fernando Collor de Mello, logo no início. "Eu e outros tínhamos medo da desorganização institucional, até que veio a declaração de Pedro Collor
Rio - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não estimula a participação de parlamentares do PSDB no movimento em favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff, formalizado nesta quinta-feira, 10. Um grupo suprapartidário de deputados e senadores criou um site e pretende recolher assinaturas para uma petição pela saída da presidente.
"Não estimulo porque impeachment é algo que pode acontecer, mas por alguma coisa que seja visível, de forma que não precise ser estimulado. Pode acontecer por alguma coisa que se perceba que não dá (para continuar o governo). Por enquanto, isso não aconteceu", afirmou o presidente de honra do PSDB, na noite de quarta-feira, 9, após debate de lançamento de seu livro "A miséria da política - crônicas do lulopetismo e outros escritos".
Fernando Henrique lembrou que inicialmente resistiu à ideia de impeachment do presidente Fernando Collor de Mello, em 1992. "Eu e outros tínhamos medo da desorganização institucional, até que veio a declaração do irmão dele (Pedro Collor), que era indiscutível. Tem que ter responsabilidade pessoal, criminal. Não adianta estimular. Ou aconteceu ou não aconteceu."
O ex-presidente reiterou, no entanto, que um governo, para se manter, precisa inspirar confiança na população e ter credibilidade. Questionado se a presidente ainda tem condições de continuar governando, respondeu: "Se não tivesse, tinha caído. Está num processo difícil, debatendo para ver se consegue sobreviver".
Fernando Henrique arrancou risos ao mencionar o ex-ministro José Dirceu, preso na Operação Lava Jato, quando cumpria prisão domiciliar pelo mensalão. "Que Deus o tenha", brincou o ex-presidente.