Política

Hartung apresenta balanço do primeiro ano de gestão e fala sobre a crise

O governador também comentou a atual crise política enfrentada pelo país, considerando que as incertezas prejudicam o cenário econômico nacional

Governador Paulo Hartung apresenta balanço de 2015 Foto: Romero Mendonça / Secom

O governador Paulo Hartung (PMDB) apresentou nesta terça-feira (29), em coletiva para a imprensa, um balanço do primeiro ano de sua gestão, apesar da crise política que se instalou no país, agravada pelas crises econômica e fiscal.

Em sua avaliação do primeiro ano de seu terceiro mandato, o governador destacou que a crise econômica não é nova, e lembrou do modelo adotado pelo Espírito Santo para realizar seu ajuste fiscal. “Reduzimos a peça orçamentaria para este ano, em cerca de R$ 800 milhões das receitas de caixa e, com isso, o tempo demonstrou que  construímos um Orçamento realista. Esse ajuste era inevitável para reorganizar as contas do Estado. Estamos finalizando o ano batendo os recursos orçados com o arrecadado”, explicou.

Segundo Hartung, o ajuste foi necessário já que as despesas do Estado eram crescentes. “No início de 2014, a Ana Paula Vescovi, o professor Haroldo Rocha e o professor Rodrigo Medeiros mostraram um trabalho que denunciava a irresponsabilidade fiscal que estava sendo praticada no governo do Estado do Espírito Santo. Eles foram chamados de pessimistas. Mas a verdade é que todo mundo que vê os números tem a clareza do que estava acontecendo naquele período e no período anterior. As despesas correntes do Estado estavam evoluindo como se estivessem subido em um elevador, enquanto a receita, lentamente, subia pela escada. Houve um descompasso, uma baita irresponsabilidade fiscal. Isso não é novo”, comparou Hartung.

O governador também comentou a atual crise política enfrentada pelo país, considerando que as incertezas prejudicam o cenário econômico nacional. “O presidente da Câmara não tem legitimidade para aceitar o impeachment, o que gera um aprofundamento desse impasse. Isso joga a sombra da crise de 2015 para 2016. o País precisa voltar a ter competitividade nesse mundo integrado. Alguém investe num país como este? Nem os investidores internos estão com muita coragem de investir. Estamos tentando encorajar a turma para ver se volta a investir. E nem os externos. Recebi muitos investidores de fora do País que querem investir no Espírito Santo, que querem investir no Brasil, mas que esperam para ver para onde o Brasil vai”.

Ainda durante o atendimento à imprensa, o governador apresentou avanços  nas áreas de Saúde, Segurança Pública, Educação,  Meio Ambiente, Tecnologia, Transparência, Sistema Prisional, Infraestrutura, Transporte, Agricultura, Desenvolvimento, entre outros. Confira o balanço das principais áreas:

Ajuste Fiscal

“Com o apoio da Assembleia Legislativa, a antiga e a atual, conseguimos retirar mais de R$ 1,3 bilhão do orçamento. Estamos terminando o ano com todas as contas em dia. Mesmo em um ano de ajuste duro, estamos empreendendo uma organização dura das contas públicas. Conseguimos implementar políticas públicas muito inovadoras”.

Escola Viva

“Agora vamos avançar para o município da Serra, levar para Ecoporanga, no Norte, levar para Muniz Freire”.

Choque de gestão na saúde

“A regionalização da saúde é um passo importante de respeito ao nosso cidadão, aproximando a população de nossos serviços. E estamos no preparando para lançar o edital de licitação do novo hospital que o Estado vai construir aqui em Cariacica. Estamos estruturando o serviço materno-infantil lá em São Mateus, uma parceria com o filantrópico. Lá em Cachoeiro de Itapemirim, também com o Hospital Infantil, também um filantrópico para poder ocupar o Hospital de Aquidaban, que é um sonho do cachoeirense”.

Ocupação Social

“Estamos indo para 24 comunidades desafiadoras, um projeto em que já recrutamos 100 jovens para fazer uma parceria importante de jovem conversando com jovem. Queremos chegar a 15 mil jovens nessas comunidades, no sentido de ter uma ferramenta nova para poder apoiar as nossas polícias no trabalho de defesa social. Desenvolvemos os projetos' Visitas Tranquilizadoras' e 'Homem que é Homem'”. 

Reflorestar

“O usuário dos cartões Banestes, se quiser, poderá usar os pontos para comprar árvores. Se plantar seis árvores, o Banestes irá plantar mais seis árvores. São 12 árvores recompondo a cobertura florestal que é tão importante para colocar água no subsolo, reservar água, porque é essa água que vem para as nascentes e são elas que compõem os nossos mananciais”.

Crise hídrica

Com o prolongamento da crise hídrica , a Agência Estadual de Recursos Hídricos  declarou Cenário de Alerta no Estado, restringindo a captação de água. Ao todo, 17 resoluções foram publicadas para garantir que o consumo humano fosse o uso prioritário dos recursos hídricos, como determina a legislação.

Por meio do Programa Águas e Paisagens, o Governo trabalha na ampliação da preservação e conservação das margens de rios e nascentes, da cobertura vegetal em áreas estratégicas contribuindo para maior segurança hídrica. Nove municípios serão contemplados com esgotamento sanitário. 

“A crise hídrica praticamente nos desafiou dia a dia. Mas, além de nos desafiar ela trás equilíbrio social para o nosso Estado. É só ver o papel da cafeicultura, da fruticultura, da pecuária de leite e de corte do nosso Estado e de tantas outras atividades, então essa estiagem prejudicou a vida de nossos agricultores”.

Agricultura

A Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) retomou no final deste ano as obras do programa Caminhos do Campo. Dos 26 trechos paralisados, 16 terão as obras reiniciadas até janeiro, em um investimento de R$ 100 milhões. 

Bandes

O Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes) lançou em 2015 sua nova política operacional, alinhada ao Plano Estratégico do Governo do Estado, priorizando segmentos como a cadeia de Petróleo e Gás, o turismo e a implantação de empreendimentos relativos à Economia Verde e Economia Criativa, entre outros. A previsão é que até o final de 2018, tenham sido injetados na economia capixaba mais de R$ 1,8 bilhão com recursos do Bandes e de fontes adicionais. 

Lama do desastre ambiental

A respeito do desastre ambiental de Mariana (MG), o governo instalou um centro de monitoramento e gestão interdisciplinar em Colatina para suporte no atendimento à população e monitoramento dos impactos. Por meio do Instituto Estadual de Meio Ambiente, o Governo notificou a empresa responsável pela onda de lama logo que esta atravessou a divisa entre Minas Gerais e o território capixaba, estabelecendo condutas a serem cumpridas. E também ingressou em juízo, em ação conjunta com Minas Gerais e a União, tendo a maior parte dos pedidos acatados pela Justiça.

“Estamos trabalhando para que o dinheiro de ressarcimento não vá para os cofres públicos nem de governo A ou de governo B, nem de prefeitura. Vá para um fundo e que esse fundo tenha destinação específica, ou seja, seja usado na recuperação do Doce no nosso caso. E no caso mineiro uma parte seja usada na recuperação do entorno de Mariana. Vidas humanas foram perdidas e há questões que o dinheiro não paga. Queremos um órgão para que não haja desvio de finalidade”.