O deputado federal Sérgio Vidigal se une a outros parlamentares do PDT e irá votar a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), diferentemente do que a Executiva Nacional determinou. Além de Vidigal, devem votar a favor do afastamento da presidente os deputados Giovani Cherini (PDT/RS), Subtenente Gonzaga (PDT/MG), Flávia Morais (PDT/GO) e Mário Heringer (PDT/MG).
Mediante o impasse, e da ameaça de expulsão feita pelo PDT aos parlamentares dissidentes, o PDT capixaba resolveu declarar apoio a Sérgio Vidigal por meio de uma carta enviada à direção nacional da sigla.
Na carta, assinada por deputado estaduais, prefeitos e toda a Executiva Estadual da legenda, os pedetistas defendem a liberdade de opinião e expressão, considerado o “mais altivo princípio da democracia”.
“O PDT/ES reforça conteúdo da carta enviada em 24 de março do corrente ano e comunica ao diretório nacional do partido o endosso integral à posição de seu presidente regional, deputado federal Sérgio Vidigal, de declarar voto a favor da abertura do processo de impeachment contra a presidente da República, Dilma Rousseff”, diz parte do texto enviado à nacional.
Em conversa com o Folha Vitória, Vidigal prometeu que não irá mudar de opinião até o próximo domingo (17), quando o impeachment será votado na Câmara. “Não vou defender alguém que não consegue nem se defender”, alfinetou. O parlamentar ainda acrescentou que, caso o PDT realmente decida o expulsar, será um golpe.
“Fui eleito pelo voto popular. Só não estou concordando com a postura do partido”, disse. Sérgio Vidigal acrescentou que em 28 anos de partido, essa é apenas a segunda vez que discorda da opinião da sigla e que não vê motivo para ela votar a favor da presidente.
O parlamentar falou também que não concorda com a posição do PDT, que quer obrigar seus filiados a votar conforme o governo e que, por ele, seriam afastados Dilma, Michel Temer (PMDB), Eduardo Cunha (PMDB) e Renan Calheiros (PMDB). “Queria que o PDT abraçasse novas eleições gerais, para alguém tomar decisões que tenham apoio popular, e esse alguém com certeza não é o Temer”.