Política

PDT decide não expulsar Vidigal por ter votado a favor do impeachment

Sergio Vidigal não será expulso do PDT por ter votado na Câmara a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff, mas será punido pelo partido

Vidigal não será expulso do PDT Foto: Divulgação

Reunida no Rio de Janeiro desde a manhã desta segunda-feira (30), a Comissão de Ética do PDT decidiu não expulsar o deputado federal Sergio Vidigal por ter contrariado a decisão do partido e votado a favor da admissibilidade do processo de Impeachment da então presidente da República, Dilma Rousseff (PT), na Câmara.

Contudo, Vidigal será punido pelo partido. O deputado ficará afastado por 40 dias do diretório do Espírito Santo, do qual é presidente. A votação, que foi feita de forma simbólica, acontece na sede da Fundação Leonel Brizola, no Rio de Janeiro, e deve terminar somente às 18 horas.

Sergio Vidigal foi o primeiro parlamentar a ter o seu futuro definido pela comissão. Além dele, outros cinco deputados contrariaram o PDT e votaram a favor do impeachment de Dilma Rousseff. São os casos de Flávia Morais (PDT-GO), Giovani Cherini (PDT-RS), Hissa Abrahão (PDT-AM), Mário Heringer (PDT-MG) e do Subtenente Gonzaga (PDT-MG). Cada caso é julgado separadamente.

Em nota enviada à imprensa, Sergio Vidigal afirma que não se arrepende de ter votado a favor do impeachment, por essa decisão ter sido tomada segundo o que ouviu de seus eleitores, e que faria tudo novamente. O deputado acrescentou ainda que, pelo seu voto, recebeu ameaças e pressões. “Por essa minha coragem, sofri ameaças, recebi pressões, perdi meu espaço na executiva nacional do partido. Mas mantive meu compromisso com a democracia. Continuo, com muito orgulho, na família PDT, partido de toda a minha história politica”, diz.

Demais casos

Dos seis deputados que votaram a favor do impeachment, apenas Giovani Cherini foi expulso. Líder da bancada gaúcha, o parlamentar considerou uma injustiça a sua expulsão da sigla. Para tomar a decisão, o PDT alegou que ele, além de ter ignorado orientação nacional, também fez campanha para desrespeitar essa orientação, com entrevistas e tentativas de mudar o voto dos colegas.

Questionado se irá recorrer da decisão, Cherini afirmou que ainda precisa refletir. “Tenho 28 anos de partido, tomar uma paulada dessas não é fácil. Foi uma injustiça, uma decisão discriminatória”, lamentou.