Weverton Campos (Redação Folha Vitória)
Os três candidatos a prefeito da Serra que compareceram ao debate promovido pelo Folha Vitória, Gideão Svensson (PR), Givaldo Vieira (PT) e Sergio Vidigal (PDT) fizeram um debate basicamente propositivo. Todos preferiram focar em seus planos de governo e não trocaram ataques, com a exceção de algumas alfinetadas de Givaldo e Gideão à polarização formada por Vidigal e Audifax Barcelos (REDE) ao longo dos últimos 20 anos.
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O candidato da REDE não participou, pois, segundo ele, não obteve autorização médica para comparecer ao evento. A REDE também não mandou a candidata a vice de Audifax, Márcia Lamas (PSB), para representá-lo.
Conforme o padrão, o debate foi dividido em dois blocos, com perguntas entre os candidatos, dos leitores do Folha Vitória e também de jornalistas da Rede Vitória. A crise hídrica que assola o Espírito Santo há quase três anos não passou batido. Questionado por Sergio Vidigal sobre o que pretende fazer para contê-la, Gideão prometeu cuidar dos mananciais, por meio da despoluição das lagoas, dos rios e promover reflorestamento.
Leitores aprovam debate promovido pelo Folha Vitória
Gideão não deixou de citar a recente tentativa do setor imobiliário de lotear uma área preservada de alagamento do Meste Álvaro e de criticar Audifax e Vidigal. “Nenhuma política pública em 20 anos foi feita para despoluir os mananciais”, disse. Questionado sobre a saúde financeira da Serra por Gideão, Givaldo Vieira afirmou que é preciso gastar na “direção correta”. “É preciso aplicar naquilo que faz a população sofrer hoje”, afirmou o petista, que também disparou contra a polarização. “Nesses 20 anos dois grupos políticos lutam pelo poder, e aí cargos comissionados são criados aos montes”, ironizou.
Em propostas para a juventude, que sofre com a criminalidade, Givaldo e Vidigal debateram sobre inserir os jovens na cultura local e também falaram de criar espaços para que os jovens possam expressar sua criatividade. Em educação, Vidigal disse que o número de alunos matriculados na rede de ensino municipal é o mesmo desde quando deixou a prefeitura, em 2012. O candidato do PDT disse que é preciso ampliar essas vagas, investir na qualificação dos professores, na estruturação das escolas e criar atrativos para as salas de aula.
Como resposta, Gideão Svensson afirmou que na Serra faltam profissionais de Educação. Segundo o candidato do PR, a cidade carece de auxiliares de secretarias, que não foram chamados mesmo o município tendo feito concurso público para o cargo, professores que lidam com alunos portadores de necessidades especiais, intérpretes de libras e bibliotecários. Vidigal concordou e disse que a Serra precisa “superar essa triste imagem”.
Na saúde, Givaldo Viera relatou que já colocou R$ 2 milhões à disposição da Prefeitura da Serra para informatizar o sistema de agendamento das filas, para que os munícipes deixem de ter de esperar em longas filas para marcar consultas e exames. Vidigal, por sua vez, afirmou que começou a informatizar os sistemas das unidades de saúde, mas como perdeu a eleição de 2012 isso não foi continuado. Também citou a criação da primeira Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Estado e o início das obras da terceira UPA.
Por fim, Givaldo defendeu integração dos meios de transporte na cidade, como por exemplo entre redes de ciclovias e o sistema Transcol, e defendeu a abertura de turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJAs) integradas com formação profissional e a oferta de cursos técnicos nas comunidades. Gideão, em mobilidade, disse que a cidade precisa crescer de forma sustentável e não de forma desorganizada, como nos últimos 20 anos.
Voltando à segurança pública, Sergio Vidigal disse que é totalmente favorável à criação da guarda municipal na Serra e que é necessário retomar o projeto patrulha escolar. “A serra hoje tem 170 câmeras e 63 não funcionam. Precisamos botar o videomonitoramento em todos os equipamentos públicos da cidade”, afirmou. O candidato do PDT também prometeu retomar a vigilância de órgãos públicos, que atualmente sofrem com furtos. “Precisamos retomar toda essa vigilância e integrar o videomonitoramento aos equipamentos públicos”.
Ao final do debate, Vidigal parabenizou a qualidade do evento e das propostas. “Os candidatos se respeitaram e se preocuparam exclusivamente em fazer seu foco às demandas da cidade”, disse. “Eu a cada dia me sinto mais preparado para que a gente possa enfrentar esses novos desafios que a cidade tem que superar”, declarou.
Gideão Svensson afirmou que o debate foi uma grande oportunidade para a Serra. “Há mais de 20 anos no nosso município só duas pessoas alternam o poder. Os dois foram importantes, mas para a democracia a mudança é necessária”. Givaldo disse que foi positivo mostrar propostas e fazer questionamentos. “Saio bastante motivado. Minha expectativa é fazer com que a população compreenda que é hora de mudar”. O petista ainda se colocou como opção de romper com a “mesmice” de duas décadas.
Próximo debate
Nesta quarta-feira (21) será a vez dos candidatos de Cariacica, Marcelo Santos (PMDB), Adilson Avelina (PSB), Juninho (PPS) e Marcos Bruno (REDE), debaterem na Rede Vitória. O evento será transmitido ao vivo, a partir das 21 horas, no Folha Vitória e também no facebook do jornal online.