Política

"O que teve de ruim é que voltou a coligação", disse Casagrande sobre mudanças nas regras eleitorais

Governador acredita que a mudança não vai aperfeiçoar sistema eleitoral do País e criticou o número exagerado de candidaturas

Foto: Reprodução / Data Business

A Câmara dos Deputados concluiu nesta quinta-feira (12) a votação, em primeiro turno, da reforma eleitoral. Como parte do acordo para derrubar o “distritão”, o Plenário aprovou a volta das coligações partidárias para as eleições proporcionais (deputados e vereadores) a partir de 2022.

Na próxima terça-feira (17), os deputados irão votar a matéria em segundo turno. Se for aprovada, será enviada para o Senado. 

Nesta quinta-feira (12), Renato Casagrande (PSB) criticou a aprovação das coligações. Para o governador, a mudança não vai aperfeiçoar o sistema eleitoral do País.

“Nós ainda nem testamos (o fim das coligações) numa eleição geral, iríamos testar no ano que vem, e já temos possibilidade de mudança. O que teve de bom é que rejeitaram o distritão. O que teve de ruim é que voltou a coligação. O que poderia ser feito é a redução do número de candidatos a serem lançados por cada partido. Hoje é muito e você tem uma proliferação exagerada de candidaturas”, defendeu. 

Para o advogado eleitoral Danilo Carneiro as coligações partidárias são um retrocesso. Ele defende que o sistema potencializava o “efeito tiririca” e ocorria puramente por interesses eleitoreiros.

“Recentemente tivemos o fim das coligações. Voltar ao regime anterior é um retrocesso. Vimos que não funcionava. Tinha deputado que saía arrastando muitos outros partidos. As legendas se coligavam puramente por interesses eleitoreiros, sem fundamento democrático e apenas para ganhar as eleições. A quem interessa a volta das coligações?

O advogado ainda pontuou que a medida potencializa o poder dos grandes partidos. “Aumenta o poder de caciques de partidos nessas negociações pelas coligações, e com isso o toma lá da cá, que é o que sempre se procurou tirar da política nacional”. 

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