O STF (Supremo Tribunal Federal) divulgou no fim da tarde desta quinta-feira (18) as gravações que envolvem o presidente Michel Temer (PMDB). Os áudios que apontam a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha incitaram, após divulgação do conteúdo na quarta-feira, uma grave crise no governo. A delação foi executada por empresários da JBS e os áudios divulgados tem cerca de 38 minutos de gravação.
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A fala de Temer a respeito da compra de Eduardo Cunha aparece no minuto 11 da gravação, quando o empresário fala sobre citações da empresa em relação à esquemas de corrupção. “O negócio dos vazamentos volta e meia citava, alguma coisa tangenciando. Eu to lá me defendendo. O que que eu dei conta de fazer? Eu to de bem com o Eduardo”, diz o empresário, quando, em meio a muitos ruídos no áudio, o presidente Michel Temer comenta: “tem que manter isso, viu?”
A partir daí o empresário diz que está “enrolado”. Temer diz “você está investigado, né?”, ao que Joesley afirma e informa que ainda não há denúncia. O empresário começa a discorrer sobre como “deu conta” do assunto.
Joesley Batista: Eu dei conta de um lado o juiz pra segurar. Do outro lado o juiz substituo, que é um cara que fica…
Temer: Você está seguro dos dois lados.
Joesley: Isso. Consegui um dentro da força tarefa que também tá me dando informação e lá que eu to pra dar conta de trocar o procurador que tá atrás de mim. Se eu der conta tem um lado bom e um lado ruim. Lado bom é que dá tempo uma esfriada até o outro chegar.. Mas se chega um outro com raiva… O que está me ajudando tá bom, beleza. Agora o principal, que é um (corte no áudio) O que tá me investigando. Eu consegui colar um no grupo.
O empresário também cita o ex-presidente Lula e o PT, mas a parte, no minuto 13, parece cortada do áudio.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, decidiu levantar o sigilo da delação premiada da JBS nesta quinta-feira, pouco depois do presidente Michel Temer realizar pronunciamento dizendo que não renunciaria ao cargo.