Política

Parlamentar sírio anuncia candidatura à eleição presidencial

Um parlamentar sírio se inscreveu para concorrer a presidente, informou a mídia estatal nesta quarta-feira, tornando-se o primeiro candidato em uma eleição que deve cimentar o regime de Bashar al-Assad no país devastado pela guerra civil.

Nesta semana o Parlamento marcou a eleição para 3 de junho, gesto que opositores de Assad no exterior disseram ser “uma paródia de democracia” que minaria qualquer chance de resolver o conflito através de conversas de paz.

Assad ainda não formalizou sua candidatura, mas seus aliados expressaram confiança crescente de que ele irá concorrer e vencer depois que forças do governo obtiveram várias vitórias contra os rebeldes em torno de Damasco e ao longo da fronteira libanesa.

A mídia estatal relatou que Abdel-Hafiz Hajjar –membro da oposição sancionada pelo governo, ao contrário dos políticos opositores apoiados pelo Ocidente no exílio ou dos rebeldes armados que Assad denuncia como “terroristas”– se inscreveu. Ele não deve representar um desafio real a Assad.

O Supremo Tribunal Constitucional está aceitando inscrições até 1º de maio.

“Qualquer um que cumpra as condições e submeta um pedido de indicação para este tribunal, iremos aceitar o pedido e registrá-lo”, disse o porta-voz da corte, Majid Khadra.

Hajjar, ex-membro do Partido Comunista, conquistou uma vaga no Parlamento pelo cidade de Aleppo, no norte sírio, em 2012 na lista da Frente Popular por Mudança e Liberação, informou a agência estatal de notícias Sana.

Aleppo era a maior cidade síria antes da guerra e um grande centro comercial, mas agora está dividida entre forças rebeldes e governamentais. A maioria da população fugiu e muitos distritos foram arrasados por bombardeios e combates.

O Ministério das Relações Exteriores declarou nesta quarta-feira que a decisão de realizar a eleição foi “totalmente soberana” e que não irá permitir interferência estrangeira.

“Se estes países, sobretudo as nações ocidentais, estão pedindo democracia e liberdade, deveriam ouvir as opiniões dos sírios e quem escolhem nas urnas”, disse o ministério, segundo a Sana.

Mais de 150 mil pessoas foram mortas durante os três anos de conflito na Síria, que começou como um movimento de protesto pacífico contra o governo Assad mas degenerou em uma guerra civil depois da repressão governamental.