Política

Parlamentares acionam TCU para apurar gasto de R$ 1,8 bi do Executivo com alimentação

Deputado federal capixaba Felipe Rigoni e mais dois parlamentares pedem explicações sobre compras de R$ 2,2 milhões com chiclete e R$ 15 milhões com leite condensado

Foto: Divulgação

O deputado federal capixaba Felipe Rigoni (PSB), o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e a deputada Tabata Amaral (PDT-SP) pediram ao Tribunal de Contas da União (TCU) que analise os dados revelados pelo portal de notícias Metrópoles. Segundo matéria publicada nesta segunda (25), um levantamento com base do Painel de Compras atualizado pelo Ministério da Economia, todos os órgãos do executivo pagaram, juntos, mais de R$ 1,8 bilhão em alimentos – um aumento de 20% em relação a 2019. Para a reportagem, foram considerados apenas os itens que somaram mais de R$ 1 milhão pagos.

Em goma de mascar, foram gastos R$ 2,2 milhões. Molho shoyo, molho inglês e molho de pimenta somam mais de R$ 14 milhões. Em pizza e refrigerante, foram R$ 32,7 milhões dos cofres da União. Em leite condensado, foram R$ 15 milhões.

Na representação, os parlamentares alegam que, “em meio a uma grave crise econômica e sanitária, o aumento de gastos apontado pelas matérias é absolutamente preocupante, tanto pelo acréscimo de despesas como pelo caráter supérfluo de muitos dos gêneros alimentícios mencionados”.

“Um dos grandes papéis do Legislativo é fiscalizar. E é com esse intuito que a gente fez essa fiscalização. De fato existem valores muitos absurdos. R$ 15 milhões com leite condensado, alguns outros milhões com chiclete que são alimentos completamente supérfluos. A gente acha que pode ter indícios de uso equivocado, para dizer o mínimo, do dinheiro público. E se o TCU constatar alguma irregularidade, que sejam punidos”, disse o deputado Felipe Rigoni.

Para o parlamentar capixaba, o mau uso dos recursos precisa ser investigado. “O bom uso do dinheiro público principalmente em momentos como esse em que a situação fiscal está muito ruim e que a gente precisa de dinheiro para enfrentar a pandemia, é extremamente importante”, completou Rigoni.

Além do tradicional arroz, feijão, carne, batata frita e salada, no “carrinho” estiveram incluídos biscoitos, sorvete, massa de pastel, leite condensado – que associado ao pão forma é uma das comidas favoritas do Presidente – , geleia de mocotó, picolé, pão de queijo, pizza, vinho, bombom, chantilly, sagu e até chiclete.