Alguns parlamentares da bancada capixaba no Congresso Nacional manifestaram suas opiniões sobre a saída de Joaquim Levy do comando do Ministério da Fazenda, anunciada nesta sexta-feira (18), e a provável entrada de Nelson Barbosa como ministro da pasta.
“A saída de Joaquim Levy gera mais descrédito e o Brasil terá mais desclassificação nas agências que medem o risco no mundo inteiro. Penso que 70% do que ele propôs era o correto a se fazer, mas a tomada de posição de não se fazer é porque quem está no poder hoje não tem credibilidade nem legitimidade. O crédito do Brasil no exterior vai cair com a saída dele”, disse o senador Magno Malta (PR).
Segundo o deputado Lelo Coimbra, Joaquim Levy vinha, já há algum tempo, sendo desautorizado pela presidente e pelo próprio Nelson Barbosa. Segundo ele, as metas estabelecidas pelo então ministro e as ações de ajuste fiscal foram muitas vezes ignorados e isso gerou uma exaustão.
“A saída foi prevista e a entrada de Nelson Barbosa para conduzir a pasta não mudará muito os rumos da economia, mas o novo ministro é visto pelo mercado como alguém menos comprometido com os ajustes fiscais”, ressaltou.
Para o deputado federal Carlos Manato (SD), “estão trocando seis por meia dúzia. Não acredito que haverá grandes mudanças”, afirmou o parlamentar. O fundamento para essa afirmação é de que Nelson Barbosa já integra a equipe de Governo e participa de grande parte das tomadas de decisão do Ministério.
O deputado federal Paulo Foletto (PSB) disse que já esperava a troca de um ministro pelo outro. “Levy não conseguiu se fazer entender para o governo; tentou cumprir a missão de organizar as finanças em meio à uma situação caótica. É natural a substituição pelo Nelson Barbosa. Mesmo antes, era ele quem definia os rumos da economia”, ressaltou o parlamentar, que afirmou também que saiu de Brasília já sabendo que o ministro do Planejamento trocaria de pasta.
A demissão de Levy vem ao encontro da demanda de vários movimentos sociais, que criticavam a condução do ajuste em prejuízo a direitos dos trabalhadores. Por diversas vezes, especulou-se que o próprio Joaquim Levy pudesse pedir demissão, já que algumas de suas opiniões, no sentido de aumentar o rigor do ajuste fiscal, eram contestadas pela própria presidenta Dilma. Levy, que ocupou o cargo por menos de um ano, foi o responsável pela execução de medidas de ajuste fiscal do governo praticadas nos últimos meses, algumas das quais ainda não foram aprovadas pelo Congresso Nacional.