Política

Pazolini nomeia tenente-coronel investigado na greve da PM de 2017

Tenente-coronel Rogério Fernandes Lima foi nomeado assessor adjunto da Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil na Secretaria de Governo

Foto: TV Vitória

O prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), nomeou o tenente-coronel Rogério Fernandes Lima para exercer o cargo comissionado de Assessor Adjunto da Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil, PC-E, na Secretaria de Governo.  A nomeação está publicada no Diário Oficial de Vitória do dia 13 de janeiro deste ano, com assinatura no dia 12 de janeiro. Rogério Fernandes Lima foi um dos policiais investigados pelo movimento grevista da PM em 2017.

No entanto, o tenente-coronel afirmou que não foi formalmente acusado de participação e atestou ainda que foi inocentado em um processo administrativo/disciplinar a que respondeu em função dos acontecimentos de 2017. “Fui processado por ter dado entrevista justamente para esclarecer à imprensa os fatos ocorridos naquela época”, disse. Ele afirmou também que assume o cargo na Prefeitura de Vitória para “ajudar a administração na área de segurança”.  

O policial militar foi candidato a vereador de Vitória nas últimas eleições pelo mesmo partido do prefeito, o Republicanos, e teve 279 votos, de acordo com a apuração da Justiça Eleitoral. Ele não conseguiu se eleger. Agora, vai ocupar o cargo na Secretaria de Governo, com remuneração bruta de R$ 6.474,28. Na Polícia Militar, o tenente coronel recebeu, em agosto de 2020, R$ 22.040,75 de salário.

Por causa dos episódios de 2017, quando a Polícia Militar ficou aquartelada por 21 dias, o tenente-coronel sofreu pelo menos três investigações administrativas. O então major da PM era presidente da Associação dos Oficiais Militares do Espírito Santo (Assomes) e denunciou  a falta de coletes à prova de balas para os policiais e que a frota de viaturas estava em más condições de uso. Ele também afirmou que o Hospital da PM (HPM) estava sucateado.

De acordo com dados do Sindicato dos Policiais Civis do Espírito Santo (Sindipol-ES), foram registradas, ao todo, 213 mortes durante a paralisação da PM. A Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social na época afirmou que foram 204. 

 A Prefeitura de Vitória informou que o tenente-coronel Rogério Fernandes Lima não foi envolvido na greve da PM, não responde a nenhum processo e era apenas presidente da Assomes à época da manifestação.