O Partido Democrático Trabalhista (PDT) do Espírito Santo oficializou na tarde desta quinta-feira (24) o pedido de saída da base do governo Dilma Rousseff (PT). Em coletiva de imprensa realizada na Praia do Canto, em Vitória, representantes da sigla apresentaram um documento assinado por toda a executiva estadual que solicita, formalmente, ao presidente nacional do PDT, Carlos Roberto Lupi, o desembarque, em âmbito nacional, da base aliada.
“Aqui no Espírito Santo o deputado da Vitória, o deputado estadual Euclério Sampaio e todas as nossas lideranças se posicionaram para que o PDT saia da base do governo e possa se tornar independente, para ter uma posição mais confortável em relação ao debate do impeachment”, disse o presidente do PDT no Estado, Sérgio Vidigal.
Segundo o deputado, os últimos acontecimentos deixam muito clara a relação do ex-presidente Lula com a presidente Dilma. “Esse modelo gestão deles, que não é republicano, foi uma forma de instrumentalizar e aparelhar o governo para ficar no poder”, completou.
Tanto Sérgio Vidigal como o deputado estadual Josias da Vitória disseram reconhecer os avanços sociais que o Brasil teve nos governos do PT, mas afirmaram que o partido perdeu sua capacidade de governar.
“Reconhecemos que o trabalho feito pelo PT até aqui contribuiu para o avanço na democracia brasileira, mas hoje o partido se perdeu e não tem mais condições de conduzir o governo, conforme é a expectativa do cidadão brasileiro”, relatou Da Vitória.
Entretanto, mesmo caso o diretório nacional opte pela saída da base aliada, Sérgio Vidigal afirmou que o partido não deve ir para a oposição.
“Às vezes a situação e a oposição tomam decisões mais com o fígado do que com a razão. O PDT quer respeitar a legalidade e a razoabilidade”, afirmou. Com o possível desembarque da base aliada, todos os cargos devem ser entregues ao governo, inclusive o de André Figueiredo (PDT-CE) no Ministério das Comunicações.
Durante a semana, o PMDB e o PP do Espírito Santo também tomaram decisão de deixar a base de sustentação da presidente Dilma.