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Reunidos na manhã desta quarta-feira (19), deputados do Partido Democrático Trabalhista decidiram que o partido deverá votar de forma independente e com responsabilidade as pautas de interesse do governo federal. Outra decisão foi que o PDT deverá deixar os cargos que ocupa no Ministério do Trabalho e Emprego, além de diretorias no Banco do Nordeste e em Itaipu Binacional.
O único deputado capixaba da bancada federal do partido é Sergio Vidigal que destacou que a decisão tomada ainda passará pelo crivo do diretório nacional, que ainda não tem data para se reunir.
“Conversamos com o presidente (Carlos) Lupi e dissemos a ele que somos favoráveis à entrega dos cargos. Também dissemos que devemos entregar os cargos que o partido ocupa no governo. Não seria correto, o PDT votar independentemente e ainda ocupar cargo no governo”, justificou.
Embora os deputados tenham se posicionado pela entrega dos cargos, Vidigal garantiu que esta não será uma “oposição raivosa”.
“Vamos votar o que é bom para o país. E devo deixar claro que esse não é um rompimento do laço histórico que temos com o PT. Até porque nas eleições poderemos manter a aliança. É provável que até possamos votar conjuntamente. Mas, repito, o PDT não se sente confortável de participar do governo e votar independentemente, ao mesmo tempo”, salientou o deputado capixaba.
Para o caso de um pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), Vidigal foi enfático em defender uma postura responsável em relação a este assunto.
“É preciso apurar a fundo as suspeitas de irregularidades contra a presidente, do contrário é golpe. O pedido de impeachment é uma decisão muito séria que não pode acontecer com base em especulações. É uma decisão que pode penalizar todo o país, por isso sem provas concretas, não vejo ambiente para o impeachment”.
Apenas o deputado Major Olímpio Gomes, de São Paulo, que não compareceu à reunião da bancada na Câmara.
Os senadores não participaram da reunião, já que se encontra dividida. Os senadores Cristovam Buarque (DF), Lasier Martins (RS) e Reguffe (DF) seriam favoráveis à independência sem cargos. Já os senadores Acir Gurgacz (RO), Telmário Mota (RR) e Zeze Perrella (MG) defenderiam a permanência no governo.