A nova equipe econômica da presidente Dilma Rousseff (PT) deverá realizar mudanças de modo gradual. Isso é o que esperam as lideranças petistas capixabas. Dentre os principais desafios a serem enfrentados pelo grupo está o combate à inflação com garantia da manutenção dos postos de trabalho.
No mercado, especula-se que os ajustes econômicos pressionem reduções de vagas e investimentos nas grandes empresas. Além disso, ventila-se a possibilidade de cortes em benefícios como seguro desemprego e pensão por morte.
Para o secretário de comunicação do PT no Estado, Eliezer Tavares, se realizadas a longo prazo, as alterações não deverão causar prejuízos aos trabalhadores. “A gente espera que as medidas sejam anunciadas a longo e médio prazo, de maneira que não afete a geração de emprego, e o crescimento da classe média. Sabemos que a inflação está acima da media, mas esse grupo deverá enfrentar esse desafio de maneira a não contrariar as expectativas”, explicou.
Os três ministros foram apresentados nesta quinta-feira (27). O ex-secretário do Tesouro Nacional Joaquim Levy será o novo ministro da Fazenda. Ex-secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa vai assumir o Ministério do Planejamento. Alexandre Tombini, atual presidente do Banco Central, permanece no cargo. Ainda não há data para a posse dos ministros.
“A nomeação é uma coisa que respeitamos. São pessoas renomadas e com muita experiência de mercado. É uma nomeação que não nos incomoda”, afirma Eliezer.
O que eles dizem:
Em seu primeiro pronunciamento, Joaquim Levy afirmou que não há nenhuma medida imediata para ser anunciada pela nova equipe econômica. “Algumas coisas estão sendo discutidas, no caminho de reduzir despesas”, disse, acrescentando que não se pensa em pacotes. “Temos que olhar todas as despesas que forem possíveis. É um trabalho de reequilíbrio da economia e que envolve diversos instrumentos”, disse.
Já o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, sinalizou que a instituição não dará continuidade ao programa de swap cambial iniciado em agosto do ano passado e que tinha previsão de terminar no fim de 2014, podendo ser renovado mais uma vez, como já foi no fim do ano passado.
Barbosa, que já ocupou a secretaria-executiva do Ministério da Fazenda, pontuou que atuará para a desburocratização e para a melhoria dos serviços públicos. Ele anunciou que terá sob seu comando os principais programas de investimento do governo federal, assumindo a coordenação de ações como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Minha Casa Minha Vida, do Programa de Concessões em Logística e Infraestrutura, além das chamadas Parcerias Público-Privadas (PPP). “Trabalharei em iniciativas para aumentar taxa de investimento e de produtividade”, acrescentou.