Política

Petistas capixabas evitam comentar sobre possível expulsão de Delcídio Amaral

Para o presidente do PT no Espírito Santo, Genivaldo Lievore, decisão judicial não deve ser discutida. “Vamos nos reunir na próxima semana e lá teremos esse ponto de pauta"

Nunes diz que no Congresso há dois pesos e duas medidas na hora de julgar parlamentares do PT Foto: Divulgação/Assembleia

Os petistas do Espírito Santo evitaram nesta quinta-feira (26) comentar sobre uma possível expulsão do senador Delcício Amaral, que foi preso na manhã da última quarta-feira (25), acusado de tentar atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato. Pela primeira vez na história do Senado, um parlamentar foi preso em pleno exercício de suas funções. Pela Constituição Federal, a manutenção ou não da prisão do parlamentar deveria ser votada pelos senadores. 

Em sessão com voto aberto, os senadores decidiram manter a prisão. Foram 59 votos pela manutenção, 13 contrários e uma abstenção.

O parlamentar teria sido flagrado na tentativa de destruir provas contra ele e prejudicar as investigações. Para o presidente do PT no Espírito Santo, Genivaldo Lievore, decisão judicial não deve ser discutida.

“O PT não se reuniu ainda para discutir esse assunto. Vamos nos reunir na próxima semana e lá teremos esse ponto de pauta. Mas o PT não discute decisões judiciais. Não cabe a nós debatermos sobre isso, ainda mais tendo uma decisão do Supremo Tribunal Federal. Não temos como deliberar sobre isso. Queremos que as instituições funcionem. Temos um governo de coalizão com a presidente do PT, o vice-presidente do PMDB, ministros do PDT. São diversos partidos. Se alguém cometer algo, que se apure”, disse o dirigente. 

E ele disse ainda: “Hoje temos um procurador-geral da República e não um engavetador-geral da República. Isso é bom para o Brasil”.

Indagado se o fato envolvendo o senador atrapalharia as campanhas municipais em 2016, Lievore disse que o fato não deverá influenciar na eleição.

“Vamos continuar nossas campanhas (para o ano que vem) e se alguém cometeu algum crime que seja apurado. É preciso que se dê a ampla defesa, o contraditório para que seja feita uma defesa justa”.

Membro da Direção Nacional do PT, Jackeline Rocha, disse que espera se informar mais sobre o assunto.

“Estou aguardando mais informações sobre o que aconteceu com o senador Delcídio Amaral para formar minha opinião sobre o assunto. Esta foi uma questão que pegou os dirigentes de surpresa. Não podemos tomar uma decisão assim de qualquer jeito. Na reunião da Direção Nacional, primeiro eles convocam as pessoas para fazer uma reflexão em torno do caso. Esta é uma decisão que será tomada em conjunto”, informou Jackeline.

O deputado estadual José Carlos Nunes, vice-presidente estadual do partido, lamentou o fato envolvendo o senador e considerou graves as denúncias feitas contra Amaral.

“Acho muito assustador o que acontece com membros do Partido dos Trabalhadores. Coisas idênticas acontecem com membros de outros partidos e passam despercebidos. Qual tesoureiro de outro partido foi punido? Houve outros envolvidos e ninguém foi punido. O Eduardo Cunha impede as investigações e até agora não foi punido. Fico preocupado porque há dois pesos e duas medidas. Para alguns são aplicados os rigores da lei e para outros as nuances da lei”, assinalou o parlamentar.