Política

PGR pede manutenção de arquivamento de inquérito contra Anastasia

O material enviado pela PF ao STF tem origem em uma denúncia feita por uma "cidadã comum" ao gabinete pessoal da Presidência da República, em janeiro deste ano

PGR envia parecer de arquivamento ao STF Foto: Divulgação

Brasília – A Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou novo parecer, na noite da terça-feira, 27, recomendando ao Supremo Tribunal Federal (STF) que mantenha o pedido de arquivamento do inquérito que investiga eventual ligação do senador e ex-governador Antonio Anastasia (PSDB-MG) com a Operação Lava Jato.

A indicação contraria o entendimento da Polícia Federal que, em setembro, havia pedido ao STF a continuidade das investigações envolvendo Anastasia com base em provas colhidas no inquérito aberto pela Corte. Antes disso, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, já havia pedido ao STF o arquivamento da investigação contra o tucano por falta de provas, mas, segundo investigadores da PF, ele tomou essa decisão sem aguardar a conclusão das diligências que haviam sido determinadas pelo ministro Teori Zavascki.

Na conclusão do inquérito, a PF informou que encontrou novos elementos que poderiam comprovar as informações do doleiro Alberto Youssef. Ele disse em delação premiada ter entregue dinheiro a uma pessoa que se parecia com Anastasia numa casa em Belo Horizonte. Ao pedir o arquivamento sem aguardar a conclusão do inquérito, Janot não tinha essa informação para tomar sua decisão. Segundo a PGR, esse é um procedimento usual.

Mesmo após o primeiro pedido de Janot, o caso ainda não foi arquivado, pois depende de um despacho do ministro Teori Zavascki.

Pedido da PF

O material enviado pela PF ao STF tem origem em uma denúncia feita por uma “cidadã comum” ao gabinete pessoal da Presidência da República, em janeiro deste ano. Na denúncia, a autora descreve uma residência na qual um dos mensageiros do doleiro Alberto Youssef teria efetuado um pagamento em dinheiro a um político que a PF investiga se é Anastasia.

A denúncia relaciona o endereço descrito pelo ex-policial federal Jayme Alves de Oliveira (conhecido como Careca) para suposta entrega de dinheiro a uma pessoa “parecida” com o tucano, em um imóvel pertencente a um engenheiro de Belo Horizonte.