Política

Polícia dirá que morte de empresário ligado a Eduardo Campos foi por suicídio

O empresário Paulo César de Barros Morato foi encontrado morto no dia 22 de junho, em um motel localizado em Olinda. Investigado pela Operação Turbulência, ele estava foragido

Paulo Morato foi encontrado morto em motel Foto: Divulgação

Tendo por base conversas informais com os policiais civis que investigam a morte do empresário Paulo César de Barros Morato, o gerente de Comunicação da Secretaria de Defesa Social do governo de Pernambuco, Otávio Toscano, disse hoje (2) à Agência Brasil que “tudo leva a crer” que a morte do empresário investigado pela Operação Turbulência, da Polícia Federal, foi suicídio. “É absurdamente impossível o empresário ter sido assassinado”, acrescentou ele.

“Nas conversas informais, os investigadores têm dito que só pode ter sido suicídio. Acredito que nesta semana a delegada [Gleide Ângelo] vai confirmar isso. A hipótese do infarto já foi descartada após ter sido detectado um tipo de veneno de rato chamado chumbinho nas vísceras”, disse Toscano.

Segundo ele, Morato foi visto sozinho – pelos funcionários do motel onde foi encontrado morto – ao chegar ao local. “Depois de entrar no quarto, a única coisa que ele fez foi mexer em um copo e em uma garrafa d’água. Inclusive, quando ele foi encontrado estava com a camisa por dentro da calça, exatamente como, imagina-se, ele tenha chegado”, acrescentou Toscano. “Mas tudo que estou falando, é muito importante deixar claro, é minha opinião pessoal, tendo por base o que tenho visto e ouvido por aqui”, acrescentou.

Ele explicou que a perícia feita hoje foi a pedido do perito responsável por analisar as imagens gravadas pelas câmeras do motel. “Ele precisava ter mais informações sobre o posicionamento das câmeras para embasar o laudo que está sendo preparado”, acrescentou.

O empresário Paulo César de Barros Morato foi encontrado morto no dia 22 de junho, em um motel localizado em Olinda (PE). Investigado pela Operação Turbulência, ele estava foragido. A PF suspeita que ele era testa de ferro de uma organização criminosa de lavagem de dinheiro que movimentou R$ 600 milhões desde 2010.

A rede atuava como financiadora de campanhas políticas. Entre elas, a do ex-governador de Pernambuco e candidato à presidência da República Eduardo Campos (PSB). Morato se identificava como dono da Câmara e Vasconcelos Locações e Terraplenagem, classificada pela Polícia Federal como empresa de fachada. A empresa foi uma das compradoras do avião que explodiu em Santos (SP), matando Eduardo Campos, assessores e tripulação. No mesmo ano da compra, a construtora OAS repassou ao estabelecimento o pagamento de R$ 18,8 milhões por serviços na transposição do Rio São Francisco.