A Procuradoria Regional Eleitoral no Espírito Santo (PRE/ES) entrou com uma representação contra o ex-diretor-geral do Detran no Estado, Carlos Augusto Lopes, contra o deputado federal Paulo Foletto e o deputado estadual eleito Bruno Lamas por prática de conduta vedada e compra de votos. A PRE/ES quer a cassação do registro de ambos os deputados eleitos e aplicação de multa tanto para os deputados quanto para Lopes.
O ex-diretor do Detran promoveu uma reunião no dia 28 de agosto do ano passado, no auditório da Emescam, com servidores efetivos e comissionados do órgão, para anunciar seus candidatos a deputado federal e estadual, Paulo Foletto e Bruno Lamas, respectivamente. Na reunião, os dois então candidatos estiveram presentes. Lopes constrangeu os servidores, sobretudo os comissionados, exigindo a presença deles em atos de campanha. Pediu, ainda, implicitamente, votos em prol dos seus candidatos.
De acordo com Foletto, a decisão da PRE será analisada junto ao advogado. “ Isso já foi noticiado antes. Foi uma reunião que ele (Carlos Augusto Lopes) fez fora do horário de trabalho. Eu não estava sabendo dessa decisão e vou marcar com um advogado para analisar o que está acontecendo”, afirmou.
Para a PRE, o ex-diretor do Detran ameaçou, de forma velada, seus servidores subordinados, sobretudo os comissionados, com o fim de obter votos para os candidatos Renato Casagrande, Paulo Foletto e Bruno Lamas. Ele, inclusive, admitiu, quando prestou esclarecimentos ao Ministério Público, que o evento realizado foi de cunho político.
Casagrande não foi incluído na representação eleitoral porque, ao contrário de Foletto e Lamas, não estava presente na reunião, não havendo prova de que tenha participado da conduta indevida.
O deputado eleito Bruno Lamas (PSB) negou que tenha cometido qualquer ato que burlasse a legislação eleitoral. De acordo com ele, o que aconteceu foi a participação em um evento particular.
“Estou muito tranquilo em relação a isso. A Procuradoria está no papel dela, mas eu reafirmo a minha certeza de que não cometi crime eleitoral”, assinalou Lamas. Ele disse ainda que não foi notificado pela Procuradoria Regional Eleitoral.
“Estive em um local particular, após as 19 horas, após o horário de expediente. Quando estava lá, fui chamado para falar e dizer o motivo pelo qual estava me candidatando. Foi apenas isso. Aliás, foi bem interessante. Houve um momento em que aconteceu um debate com perguntas e respostas”, explicou o parlamentar eleito.
A reportagem também tentou entrar em contato com o ex-diretor do Detran Carlos Augusto Lopes, mas ele não foi localizado.