Política

Prefeito de Itapemirim é convidado para depor sobre suposta compra de votos no município

Os suspeitos começaram a ser ouvidos nesta quarta-feira (15). O ex-presidente estadual do PSB, Macaciel Breda deverá ser ouvido na semana que vem

Foto: Divulgação/Prefeitura

O prefeito de Itapemirim, Luciano de Paiva Alves (PSB), foi convidado a prestar esclarecimentos a respeito do suposto esquema de compra de votos no município. O caso foi denunciado pela Polícia Federal (PF), por meio da “Operação Mercancia”, no dia 05 deste mês. O prefeito teria apoiado a campanha do ex-presidente estadual do PSB, Macaciel Breda, que concorria como deputado estadual. Breda é apontado pela PF como um dos principais beneficiados do suposto esquema.

De acordo com o delegado da Polícia Federal de Cachoeiro de Itapemirim, Everton Manso, que conduz as investigações, os suspeitos começaram a ser ouvidos nesta quarta-feira (15). Duas pessoas foram ouvidas até o momento mas, segundo Manso, “não trouxeram informações que pudessem elucidar os fatos”.

O delegado disse ainda que Macaciel Breda deverá prestar depoimento ainda esta semana. Além dele, outra pessoa também será ouvida, mas a polícia não divulgou o nome.

Por meio da assessoria de imprensa, o prefeito Luciano de Paiva Alves informou que, como se trata de um convite, ainda conversará com um advogado para saber deve comparecer, ou não, à sede da PF no Sul do Espírito Santo.

Entenda o caso

No domingo (05), um casal foi preso em flagrante, no município de Itapemirim, acusado de suposta compra de votos. Segundo a Polícia Federal, no momento do flagrante, o casal estava com R$ 190 mil, que seria utilizado para a suposta compra.

Nesta quarta-feira (07), o delegado Everton Manso confirmou que a suspeita é de que a suposta compra pudesse favorecer a campanha de Macaciel Breda, que disputava o cargo de deputado estadual.

Segundo a polícia, as investigações se iniciaram a partir da denúncia de que um primo de um político local estaria de posse do dinheiro com a finalidade de comprar o voto dos eleitores em favor de um candidato a Deputado Estadual.

Macaciel é apontado pela PF como um dos beneficiados pelo suposto esquema Foto: Reprodução Facebook

Durante a semana do primeiro turno das eleições, agentes da Polícia Federal acompanharam a movimentação dos suspeitos de participação no esquema, tendo encontrado indícios de que o dinheiro estaria sendo guardado na residência do acusado.

Os valores eram entregues em quantias menores aos cabos eleitorais, normalmente ligados a lideranças comunitárias, para compra de votos em favor do

candidato a deputado. Segundo foi apurado pela polícia, cada eleitor receberia em torno de R$ 200,00 para dar seu voto e obter o voto de familiares, o que garantiria mais de mil votos a favor do candidato beneficiado pelo esquema. 

O casal foi preso em flagrante pelo crime de captação ilícita de sufrágio, delito cuja pena pode chegar a quatro anos de reclusão. Os presos foram liberados após o pagamento de fiança no valor de 20 salários mínimos.

Em entrevista ao Folha Vitória, na semana passada, Macaciel negou as acusações. Ele disse que ficou sabendo do caso por meio da imprensa, e sentiu-se “triste” e “surpreso”. O ex-candidato admitiu ter realizado campanha no município, mas disse que agiu dentro do que determina a legislação eleitoral. “Fiz uma campanha simples, dentro das regras legais e dos meus princípios. Fiz apenas caminhadas na região, nada além disso”, afirmou.

Ele também disse que ainda que está disposição das autoridades competentes para a apuração do caso. “Estou cuidando da minha prestação de contas, e estou à disposição para esclarecimentos”.