A Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) aprovou por unanimidade um Projeto de Lei batizado de Alerta Araceli, que determina que o poder público emita aviso emergencial, para tomada de providências em caso de desaparecimento ou rapto de crianças no Espírito Santo, nesta segunda (2).
O projeto tramitava em regime de urgência na Casa e determina que o Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) emita alerta às operadores de telefonia móvel, que encaminharão a todos seus usuários.
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O PL é de autoria do deputado Capitão Assumção (PL) e também prevê que os alertas sejam entregues a rodoviárias, empresas de transporte público, praças de pedágio e postos de combustíveis. Além disso, há a responsabilidade de difusão pelas redes sociais.
Quem receber o alerta será responsável por difundir informações sobre a criança ou adolescente em questão, com nome completo, fotografia recente, informações sobre o último local em que foi visto, informações sobre o suspeito e número de telefone para contato.
A proposta agora segue para sanção ou veto do governador Renato Casagrande (PSB).
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Quem foi Araceli
A trágica história de Araceli Cabrera Sanchez completou 50 anos em 2023. No dia 18 de maio de 1973, a menina de 8 anos saiu de sua casa, no Bairro de Fátima, na Serra, para ir à Escola São Pedro, onde estudava, na Praia do Suá, e nunca mais voltou.
O corpo de Araceli foi encontrado seis dias depois do desaparecimento, em um ponto de mata fechada, atrás do Hospital Infantil.
A perícia da época concluiu que Araceli havia sido drogada, estuprada, assassinada, desfigurada e queimada. Na época, três pessoas foram apontadas como suspeitos pelo crime: Dante de Brito Michelini, o filho Dante de Barros Michelini, o Dantinho, e Paulo Helal.
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Em 1980, a Justiça decretou 18 anos de prisão para Dantinho e Paulo. Já o pai, Dante de Brito Michelini, foi condenado a 5 anos por cumplicidade. No entanto, apesar disso, a sentença foi anulada pelo Tribunal de Justiça do Espírito Santo.
Em 1991, 18 anos depois da morte de Araceli, numa nova sentença de 747 páginas, o juiz absolveu os três acusados por falta de provas e até hoje ninguém jamais foi responsabilizado pela morte da menina.