Um projeto de lei, criado por um vereador de Vitória, quer proibir a entrada de policiais militares e civis armados, durante os dias de folga, nas casas de shows e boates da capital. O uso da arma seria apenas funcional.
O projeto foi criado pelo vereador Devanir Ferreira (PRB) e já foi protocolado. Segundo Ferreira, o projeto deve ser votado em março e, caso aprovado, o Poder Executivo terá 90 dias para colocá-la em vigor.
Para o autor do projeto, o objetivo é diminuir a violência envolvendo policiais de folga armados. “Temos acompanhado a ação de policiais sob o efeito de álcool em casas de shows. A liberdade de entrar armado no local, acaba tornando alguns mais intolerantes. Quem ingere bebida alcoólica é proibido de dirigir. Assim como o carro na mão de quem bebeu se transforma em arma, o revólver nas mãos de quem está alcoolizado também tira vidas”, afirmou.
Se a proposta for aprovada, os estabelecimentos deverão oferecer aos policiais um local adequado para o armazenamento da arma. “Esses locais terão armários próprios. A arma ficará neste local apropriado e só será retirada, no horário da saída”, explica. O vereador acredita que o projeto poderá causar resistência por parte dos policiais.
Outro lado
Por meio de nota, a Polícia Militar afirmou que orienta a todos os seus militares que utilizem o armamento funcional de forma condizente com sua função e tenham o bom senso de não utilizarem bebidas alcoólicas quando estiverem armados. Segundo a assessoria, a PM ainda não tem conhecimento do projeto de lei.
Relembre
No dia 3 de janeiro, um show em uma boate em Meaípe, Guarapari, foi interrompido por tiros e deixou sete pessoas feridas. Um policial do Amazonas disparou cinco vezes contra o chão. Os estilhaços das balas atingiram sete pessoas que estavam no estabelecimento.
Delegado afastado
O delegado plantonista de Guarapari, Tiago Felipe Dorneles, se envolveu em uma confusão na madrugada do dia 7 de junho do ano passado, em uma boate de stripe tease em Itapoã, Vila Velha. Segundo o gerente do local, o delegado chegou alterado quando a boate já estava fechando, quis entrar e atirou duas vezes no chão. O delegado se defendeu e disse foi ao local realizar uma investigação particular de exploração sexual de menores.