Política

PSB nega irregularidades ao comentar bloqueio; Eduardo da Fonte se diz 'surpreso'

O partido ainda afirma que espera a isenção do partido e do ex-governador e ex-presidente do PSB Eduardo Campos

Foto: Gabriela Korossy/Câmara dos Deputados

O PSB se manifestou por meio de nota sobre o bloqueio nas contas imposto ao partido no âmbito da Operação Lava Jato. Em nota, o partido afirma que a medida decorre de ação civil pública proposta pelo Ministério Público Federal, “unindo supostos fatos absolutamente antigos e completamente desconexos entre si”.

A nota ainda continua, dizendo: “O juiz da 1ª Vara Federal de Curitiba havia indeferido o bloqueio de bens diante das falhas da acusação, o que foi reconsiderado pela Desembargadora do TRF da 4ª Região em sede liminar. O tema, portanto, ainda pende de apreciação do Colegiado”.

“A única acusação contra o PSB baseia-se na suposição de que as doações eleitorais recebidas durante a campanha eleitoral de 2010, e regularmente declaradas à Justiça Eleitoral, consistiriam em vantagem ilícita para a campanha de reeleição de Eduardo Campos ao Governo do Estado de Pernambuco. Ocorre que o Supremo Tribunal Federal, no Inquérito n. 4005, já rejeitou denúncia contra o Senador Fernando Bezerra exatamente por esses mesmos fatos, a indicar que o resultado dessa ação também será pela improcedência”.

“O valor de bloqueio pleiteado pelo Ministério Público Federal – utilizando-se de todas as possíveis sanções em seus graus máximos – mostra-se, portanto, indevido, precipitado e exorbitante.

O PSB reitera o seu total apoio às investigações, confiando que a condução isenta e equilibrada da apuração resultará no pleno esclarecimento dos fatos, isentando o partido e o ex-governador e ex-presidente do PSB Eduardo Campos – que infelizmente não está mais entre nós para se defender – de qualquer acusação”, finaliza a nota do partido, assinada por Carlos Siqueira, presidente nacional da legenda.

Eduardo da Fonte (PP/PE) também se manifestou sobre o bloqueio de bens. “Fiquei surpreso pelo absurdo. Esse caso já foi rejeitado pelo STF. Confiamos na justiça para que possamos esclarecer esses fatos. A verdade prevalecerá”, disse.

A decisão

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) determinou o bloqueio de valores e bens de acusados em ação de improbidade administrativa da Operação Lava Jato. A decisão alcança o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) e o Partido Socialista Brasileiro (PSB), além de Eduardo da Fonte, entre outros políticos.

O bloqueio foi determinado pelo Tribunal, que reconheceu a procedência de um recurso contra decisão em ação civil pública de improbidade administrativa movida pela força-tarefa da Lava Jato.

Na decisão, o Tribunal ressaltou a necessidade de “garantir a efetividade do resultado final da ação – em que apurada a existência de um amplo esquema criminoso, com prejuízos expressivos para toda a sociedade”. O TRF-4 apontou “fortes indícios da prática de atos de improbidade por líderes de partidos e agentes públicos em prejuízo ao erário”.