“Ainda que por razões institucionais, a presidente Dilma terá que dar mais atenção ao Espírito Santo”, essa a visão do cientista político Fernando Pignaton, sobre a reeleição da presidente petista.
Acusada, no meio político, de “abandonar” o Espírito Santo, devido à série de investimentos não realizados, como as obras do Aeroporto de Vitória, Dilma teria sido prejudicada nas pesquisas qualitativas, segundo Pignaton.
“A população foi levada a acreditar que a relação do governo federal com o Estado iria piorar caso Dilma fosse reeleita. Verificamos isso em várias pesquisas qualitativas. Então, percebemos que a dívida política do governo com o Espírito Santo chegou ao ponto máximo. E isso vai ter que mudar de alguma forma”, explica.
Ainda que a presidente Dilma Rousseff (PT) e o governador eleito do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB), estivessem em palanques opostos durante a campanha, o cientista considera que haverá maior flexibilização por parte do governo estadual nas negociações com a presidência.
“O Paulo tem mais flexibilização e mais liderança política. Mesmo na oposição, Paulo tem uma negociação mais intensa a nível nacional. E quanto mais força o Paulo tiver, mesmo em lado oposto, maior será a voz do Espírito Santo”, diz.
Pignaton destacou ainda o papel da nova bancada federal eleita e a relação com a presidência. “A eleição da Dilma não facilita tanto a vida do Espírito Santo, mas a nova bancada federal também tem o perfil de negociação com o governo federal. Então, vislumbro um tratamento melhor do que aconteceu nos últimos anos. O reino agora é dos poderes e das articulações”, conclui.