O PMDB decidiu, em uma reunião de três minutos nesta terça-feira (29), deixar a base de apoio à Dilma Rousseff (PT). A partir de agora, foi determinado que todos os filiados deixem os cargos à disposição do governo, nos quais se incluem os sete ministérios comandados pela legenda: Minas e Energia, Aviação Civil, Agricultura, Portos, Saúde, Ciência e Tecnologia e Turismo, abandonado nessa segunda (29) pelo ministro Henrique Alves, que pediu exoneração.
A senadora Rose de Freitas e o deputado federal Lelo Coimbra, capixabas do PMDB que participaram do ato, comentaram a decisão do partido. “Há muito tempo o PMDB casou com o governo, não cumpriu o papel que tinha de cumprir, para contestar, enfrentar, propor. Infelizmente, tudo isso desgastou as relações por ineficiência nossa, ou por atitude mais autoritária da presidente”, disse Rose.
“Todas essas questões implicaram nesse desfecho de agora, mas principalmente o fato de que a economia nacional vai muito mal. Jamais vi, nem em 64, uma confusão política desse tamanho”, completou a senadora.
Entretanto, Rose de Freitas chamou a atenção do vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, Michel Temer, para a responsabilidade que deve assumir caso Dilma sofra impeachment e ele ocupe o seu lugar.
“Se por acaso houver impeachment e Temer assumir, antes ele tem de dizer ao Brasil para quê ele vai assumir, o que ele propõe na crise, em que nós vamos contribuir para melhorar o quadro. Não vamos trocar seis por meia dúzia”, disse.
Já Lelo Coimbra preferiu exaltar que a decisão de deixar a base aliada do governo foi costurada ao longo dos últimos dias e que as resistências internas, sobretudo do Senado, em relação ao desembarque foram minimamente contornadas. O deputado comentou também que a devolução dos cargos ocupados pelo PMDB ao governo não terão um impacto muito grande no Espírito Santo, já que o partido só ocupa postos na Funasa, na Conabe e na Delegacia da Agricultura.
O presidente estadual do PMDB frisou que todos devem entregar os cargos imediatamente, para que não sejam expulsos do partido ou “demitidos” por Dilma Rousseff, que deve ocupar os espaços com novos aliados de partidos nanicos. “Dilma agora não tem preocupação com maioria para sustentar o seu governo, quer apenas juntar 171 votos necessários para barrar o processo de impeachment”, alfinetou Lelo.
A saída do PMDB da base alidada do governo foi aprovada, oficialmente, por 14 diretórios estaduais – dos 27 existentes. Na reunião de hoje, 110 delegados, do total de 119, assinaram a lista de presença e acenaram, por aclamação – manifestação simbólica – a decisão de abandonar Dilma Rousseff (PT) e de conseguir o maior número de aliados possíveis para derrubar a presidente e compor o governo de Michel Temer.
Além do PMDB, diversos outros partidos já se mobilizam em direção à saída da base aliada. O maior temor do PT neste momento é que PP, PR e PSD sigam o PMDB na debandada do governo.