O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que criticou nesta quarta-feira (29) os ministros da Meio Ambiente e da Educação, Ricardo Salles e Abraham Weintraub, respectivamente, quis deixar claro nesta quinta (30) em conversa com jornalistas, que vê diferenças na percepção que tem dos dois.
“Quanto ao Salles, eu acredito que ele radicalizou no ano passado, mas é um ministro que tem qualidade. Já o ministro da Educação atrapalha o Brasil, tem visão ideológica e brinca com o futuro de milhões de crianças”, disse o parlamentar.
Maia evitou responder se defende ou não a demissão dos ministros, ao dizer que essa é uma decisão que cabe ao presidente Jair Bolsonaro. Reiterou, em seguida, que tem uma boa relação com o Executivo no que se refere à agenda econômica.
O presidente da Câmara também não quis comentar a decisão de Bolsonaro de tirar o Programa de Parcerias e Investimentos (PPI) da Casa Civil e levar para o Ministério da Economia. “Não cabe ao Parlamento fazer críticas (a algo do Executivo)”, disse.
Críticas a Paulo Guedes
Maia voltou a cobrar a participação do ministro da Economia, Paulo Guedes, na articulação pelas reformas econômicas no Congresso. “Independência de Poderes não é cada um trabalhar no seu canto. Não é ‘eu fiz a minha parte e agora você faz a sua’. É importante o ministro estar próximo, para mostrar à sociedade e aos parlamentares sobre a importância das reformas”, disse o deputado a jornalistas, após participar de evento em São Paulo na quarta.
Guedes participou do mesmo evento antes de Maia e disse que o papel do Poder Executivo é encaminhar os projetos ao Congresso que, por sua vez, dará o ritmo da tramitação. “Cabe ao Executivo encaminhar a estrutura (dos projetos). O Congresso é quem dá o ritmo. A classe política sentou no comando da economia. Não tem mais essa de superministro”, afirmou.
Maia, na sua vez, rebateu o ministro ao dizer que não pode ficar tudo nas costas do Parlamento e que a participação do governo federal é decisiva para o sucesso da agenda. Depois, na saída do evento, ao conversar com jornalistas, foi questionamento novamente sobre o tema e repetiu o argumento.