Partido do governador Renato Casagrande, o PSB deve ganhar mais uma cadeira no primeiro escalão em breve. Isso porque a secretária estadual do Governo, Emanuela Pedroso, deve se filiar ao ninho socialista.
Hoje, a ex-prefeita de Alto Rio Novo está no Podemos, partido que é presidido no Estado pelo deputado federal Gilson Daniel. Porém, já estariam bem adiantadas as negociações para a migração de Emanuela para o PSB.
“Estamos acertando a vinda dela para o PSB”, confirmou o presidente estadual do PSB-ES, Alberto Gavini, à coluna De Olho no Poder. Ele prevê a filiação para os próximos meses.
No PSB, Emanuela deve integrar a chapa que disputará a Câmara Federal no ano que vem, ao lado dos secretários da Saúde, Tyago Hoffmann, e do Turismo, Victor Coelho. Além, é claro, do deputado federal Paulo Foletto, que disputará a reeleição, e de outros nomes que irão compor o time.
A intenção do partido é formar uma chapa forte, porque o cenário não é dos melhores para as legendas de médio porte. A previsão é que seja uma eleição difícil, principalmente para os dirigentes partidários, que têm a incumbência de caçar nomes bons de voto para furar a cláusula de barreira e ter representação no Congresso.
Questionada pela coluna sobre a possível filiação ao PSB e disputa à Câmara Federal, Emanuela disse que está à disposição do governador.
“O governador é quem vai liderar o processo sucessório de 2026. Ele vai organizar a composição das chapas. Nesse contexto, estarei à disposição para seguir a linha que ele estabelecer”, disse a secretária.
Quem é Emanuela?
Formada em Direito e especialista em Gestão Pública, Emanuela foi vereadora (entre 2009 e 2012) e a primeira mulher prefeita de Alto Rio Novo (2013-2016) – menor município do Estado, localizado no Noroeste capixaba.
Em 2016, Emanuela tentou a reeleição, mas perdeu para Borel por uma diferença inferior a 200 votos. Fora da prefeitura, em 2017, Emanuela foi convidada pelo então prefeito Gilson Daniel para fazer parte do seu secretariado, em Viana. De 2017 a 2019, a ex-prefeita foi secretária de Governo e de Administração e Finanças.
Emanuela está na gestão Casagrande desde março de 2021. Ela entrou como subsecretária administrativa da Secretaria de Estado de Governo, pasta que, à época, estava sob o comando de Gilson Daniel.
Em 2022, Gilson foi para a Secretaria de Planejamento (SEP) e Emanuela também migrou para a nova pasta, mas como assessora especial. Em abril daquele ano, quando Gilson se desincompatibilizou da SEP para disputar vaga de deputado federal, Emanuela assumiu como secretária.
Com a reeleição de Casagrande, Emanuela continuou no governo e em janeiro de 2023 foi trocada de pasta: deixou o comando da SEP e voltou para a Secretaria de Governo, onde está como secretária até hoje.
Sem representação
Embora seja filiada ao Podemos e tenha entrado no governo pelas mãos de Gilson Daniel, Emanuela não é considerada cota partidária da legenda, ou seja, não ocupa vaga de secretária por indicação do seu partido. Ela faria parte da cota pessoal do governador.
Por isso que o Podemos negociava com o governador espaço na gestão, para indicar um nome que o representasse no governo. Porém, Gilson e Casagrande não chegaram a um consenso.
O deputado teria indicado o próprio nome para integrar o secretariado, mas foi barrado pelo governador por conta da suplência que abriria na Câmara Federal para o ex-secretário da Segurança Coronel Ramalho – que, de aliado, passou a ser opositor do governo nas eleições do ano passado.
Embora tenha mudado de partido, Ramalho brigaria pela vaga de suplente, conforme deixou bem claro em entrevista dada à coluna De Olho no Poder.
O governador, então, teria pedido a Gilson que indicasse outro nome, o que ele não teria aceitado. Diante do impasse, foram encerradas as tratativas e Gilson disse que o partido não indicaria mais ninguém ao 1º escalão, mas que continuaria na base aliada de Casagrande.
Nos bastidores, a decisão de Gilson, de não indicar outro nome ao secretariado, não foi muito bem digerida por algumas lideranças do Podemos, que não teriam sido consultadas antes do anúncio do deputado.
Com a recusa de participação no governo e a eventual filiação de Emanuela ao PSB, o Podemos ficará, realmente, sem nenhuma representação no primeiro escalão de Casagrande. Porque ainda que Emanuela não tenha sido indicada pelo partido, era um nome do Podemos a compor a gestão.
Se a migração partidária ocorrer – na condicional porque na política tudo pode mudar no instante seguinte –, Emanuela será o oitavo nome do PSB no secretariado, somando aos outros socialistas: Tyago Hoffmann (Saúde), Victor Coelho (Turismo), Fábio Damasceno (Mobilidade), Jacqueline Moraes (Mulheres), Nara Borgo (Direitos Humanos), Bruno lamas (Ciência e Tecnologia) e Valésia Perozini (Gabinete).
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