O Governo do Estado divulgou recentemente diversas ações que estão sendo planejadas para enfrentamento de períodos de estiagem. Construção de barragens, incentivo aos produtores rurais para aderirem ao Programa Reflorestar e a criação do Plano Estadual de Recursos Hídricos estão entre as medidas anunciadas pelo governador Paulo Hartung.
O responsável direto por tocar todos esses projetos é o secretário de Agricultura Octaciano Neto, que está no governo desde o início da administração.
Em entrevista ao Folha Vitória, Octaciano detalhou os projetos que estão sendo realizados e explicou como o Espírito Santo deve superar esse difícil momento, principalmente para a agricultura e os produtores rurais.
Folha Vitória: Quais as principais ações que o governo vem realizando para enfrentar a crise hídrica?
Octaciano Neto: A estratégia do governo é baseada em três pilares: o primeiro pilar é a ampliação da cobertura florestal. Nós já investimos mais de 12 milhões nesse período do governo, com forte contribuição dos produtores rurais, que estão se adaptando ao código florestal, ampliando a parte de mata de suas propriedades. O segundo pilar são os instrumentos previstos na Política Nacional de Recursos Hídricos, o fortalecimento do Comitê de Bacia, a contratação do Plano de Bacia e o Plano Estadual de Recursos Hídricos. O terceiro pilar se baseia na construção de barragens. Nós simplificamos o plano do IDAF para a licença de bacias e ampliamos muito o número de licenças obtidas. O nosso plano estadual pretende investir R$ 60 milhões em barragens em todo o Espírito Santo
F.V: E como está o andamento da construção dessas barragens?
O.N: Nós temos obras em todos os estágios. Ainda nesse primeiro semestre vamos entregar cinco novas barragens: duas em Montanha, duas em Nova Venécia, uma em Pancas e uma em Pinheiros, que será a maior barragem do Espírito Santo. Essa obra estava sendo tocada pelo Governo Federal, estava paralisada, e o Governo do Estado está retomando. Além dessas, começamos duas outras obras em São Roque do Canaã, duas em Sooretama e uma em Colatina.
F.V: Qual a importância da criação dessas barragens para o ES nesse período difícil que estamos enfrentando com a crise hídrica?
O.N: Essas barragens são muito importantes para todos os municípios capixabas, mas não só elas. Estamos trabalhando políitcas públicas, em geral, tanto para os períodos de enchente e também para os períodos de seca.
F.V: Como está sendo a aceitação dos produtores rurais com relação ao Programa Reflorestar?
O.N: Eu sempre digo que essa crise tem um conjunto de coisas negativas, mas ela também tem um lado bom que é exatamente esse papel pedagócio. Todos nós aprendemos e começamos a dar mais valor a água, a não desperdiçar, afinal não adianta só barragem. Na dor e na seca, nós conseguimos diminuir as barreiras que existiam entre agricultura e meio ambiente. Todo mundo entendeu que elas devem caminhar juntas, são irmãos-siameses.
F.V: Qual a expectativa do Governo do Estado com relação ao Programa Caminhos do Campo nesses dois últimos anos de administração?
O.N: O cenário é super positivo. Já investimos no programa e ainda vamos investir mais R$ 150 milhões. Para se ter uma ideia, o cenário quando chegamos era de terra arrasada. O governo anterior começou e parou 32 obras do Caminhos do Campo. Nós já recomeçamos 15 e cinco delas já foram concluídas. No segundo semestre teremos mais conclusões e novas obras sendo tocadas, na medida que o governo conseguiur recursos.
F.V: Quais são as próximas a serem iniciadas?
O.N: Nos próximos 60 dias, a gente vai retomar a estrada de Pontões, no município de Afonso Cláudio, e realizaremos obras em três pontos diferentes do município de Ibatiba.
F.V: O que foi discutido nesse evento junto aos secretários municipais de agricultura e de meio ambiente, realizado no último fim de semana?
O.N: O encontro foi o resumo de tudo isso, de todos esses fatores. Tivemos 25 palestras de 15 minutos cada e não existia auditório do meio e auditório da agricultura, era todo mundo junto. Foi um encontro muito produtivo, que contou com a participação de mais de 100 secretários, sendo que em alguns municípios essas duas pastas (Agricultura e Meio Ambiente) são interligadas. O sucesso foi tamanho que o próximo encontro já está pré-agendado, vai acontecer em janeiro do ano que vem, novamente com todo mundo.