Política

Senador capixaba defende desembarque do PSDB do governo Temer

Na tarde desta segunda-feira haverá uma reunião entre o partido e uma das pautas será a saída ou não do governo. A situação de Aécio Neves também deve ser discutida

Ferraço disse que permanência de Aécio na presidência do partido também é insustentável Foto: Agência Senado

O senador capixaba Ricardo Ferraço defendeu a saída do partido ao qual faz parte, o PSDB, do governo do presidente Michel Temer. Na tarde desta segunda-feira (12) está marcada uma reunião onde o assunto será tratado. Mas para ele, o partido já deveria ter desembarcado do governo. 

“Independente de vantagem ou desvantagem, eu acho que as denúncias são devastadoras em relação ao governo, em relação ao presidente da República. Eu tenho defendido internamente que a nossa aliança com o governo se deu em torno de uma agenda, uma agenda que está ruindo em razão de um governo que gasta todo o seu tempo para se defender”, destacou o senador. 

Ferraço afirmou ainda que, durante a reunião, vai defender a decisão do partido deixar o governo. “Na semana passada foi o Tribunal Superior Eleitoral, semana que vem será uma ação penal que o Supremo Tribunal Federal deverá estra solicitando autorização a Câmara dos Deputados para que o supremo possa fazer a investigação. Como os nossos deputados federais estarão votando contra um pedido de investigação por parte o STF, eu acho que o PSDB já deveria ter saído. Essa é a tese que eu vou defender mais tarde na reunião do partido”. 

Sobre o senador Aécio Neves, que além de também pertencer ao PSDB continua como presidente do partido, mesmo licenciado, ele afirmou que é outro político que está insustentável no cargo. “Eu considero que a manutenção do senador Aécio Neves na presidência do PSDB é também insustentável. Eu acho que o senador precisa gastar todo o seu tempo na linha da sua defesa. Estou convencido que este tema de eleições gerais no PSDB também constará na nossa pauta hoje”, destacou.

Ferraço, que também é relator do projeto da reforma trabalhista no Senado, destacou que mesmo com os problemas que o governo vem passando, isso não altera s votações a respeito das reformas. Para ele a permanência ou não de Temer no poder não vai interferir em nada. 

“Essas reformas não pertencem ao presidente da República. Pelo contrário, essas são reformas que precisam ser cada vez mais apropriadas pela sociedade brasileira. O estado brasileiro, o setor público em nosso país foi sequestrado, foi apropriado por minorias organizadas que consomem tudo aquilo que é produzido pela sociedade, pelos trabalhadores, pelos empreendedores. O governo não produz riqueza, o que o governo deveria fazer é administrar bem os recursos que arrecada da população com elevadíssima carga tributária. Na prática, essas reformas são inadiáveis para que o setor público brasileiro possa se justificar diante dos seus contribuintes”, afirmou.

A respeito da decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a cassação da chapa da ex-presidente Dilma Rousseff e do atual presidente, ele foi enfático. “Surreal. A chapa Dilma e Temer deveria ter sido afastada pela robustez, veemência, por todos os elementos que foram apresentados pelo ministro Antônio Herman Benjamin. Pela primeira vez eu vejo alguém ser absolvido pelo excesso de provas objetivas que ficaram claras no processo de julgamento. Não foi um dia feliz para a Justiça Eleitoral”.

Ouça a entrevista completa que foi ao ar na manhã desta segunda-feira na Jovem Pan News!