O senador Fabiano Contarato (Rede) foi favorável à prisão do ex-diretor de logística do Ministério da Saúde. Enquanto alguns senadores pediam que Omar Aziz (PSD-AM) reconsiderasse a decisão, o senador capixaba disse que Dias mentiu e estava em flagrante delito.
“Se o depoente esteve aqui, prestou o compromisso de dizer a verdade e faltou com a verdade está evidenciado o flagrante. Não é uma faculdade, é uma obrigatoriedade“.
“Pelo que nós estamos vendo aqui todos mentiram, menos o Dominguetti e o Luis Miranda. Esses não mentiram na CPI do circo”, retrucou o senador governista Marcos Rogério (DEM-RO).
“O erro foi de quem estava conduzindo não ter dado voz de prisão a todos”, rebateu Contarato.
Momentos antes, o senador do Espírito Santo apontou que já estava claro que Roberto Dias era quem mandava no Ministério da Saúde. “Apesar disso, o senhor hoje fez questão de se comportar como mais um burocrata, com pouco ou nenhum poder e sem qualquer informação útil sobre os esquemas investigados”.
MARCOS DO VAL DEFENDE ANULAÇÃO DA PRISÃO
O governista Marcos do Val (Podemos) criticou a prisão de Roberto Dias e defendeu que a CPI não poderia ter funcionado em conjunto com a sessão no Plenário.
OUTRAS MANIFESTAÇÕES CONTRÁRIAS
Senadores bolsonaristas alegaram que prisão não tem validade, já que o regimento determina que as comissões, temporárias ou permanentes, tenham os trabalhos suspensos quando tem início a ordem do dia no plenário.
O apelo foi feito pelo senador Esperidião Amin (PP-SC) ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). “Enquanto houver ordem do dia no Senado, comissões não podem funcionar”, disse Pacheco.
O presidente da Casa disse ter feito a comunicação para que Aziz suspendesse os trabalhos da CPI, sob pena de nulidade de suas decisões.
O líder do PP, Ciro Nogueira (PI) pediu a Pacheco que determine à Polícia Legislativa do Senado que não cumprisse a ordem de prisão.
Na ocasião, Pacheco disse que iria aguardar um relato da Secretaria-Geral da Mesa sobre o momento em que o pedido de prisão foi dado para tomar uma decisão a respeito do pedido de Ciro Nogueira.
Para o senador Marcos Rogério (DEM-RO), o ato foi arbitrário e teve abuso de poder por parte do presidente da CPI.