A formação da comissão que vai analisar o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) acontecerá em sessão prevista para a tarde desta segunda-feira (25). Os senadores capixabas que devem participar da comissão como titulares, ou suplentes, demonstram já ter entendimento sobre o voto no processo.
Em entrevista ao programa Fala Manhã, da TV Vitória/Record, nesta segunda-feira (25), a senadora Rose de Freitas (PMDB) disse que o “crime mais grave” cometido pela presidente aconteceu devido à má gestão da Petrobras.
“Eu, desde o início, afirmei que queria estudar o processo do impeachment para saber se há amparo constitucional. Eu apurei sobre crime de responsabilidade por ela ter descumprindo metas fiscais e também por ter utilizado recursos do próprio governo para bancar programas sociais. O problema é que eu encontrei em todos os outros governos essa mesma maneira de agir diante das crises que eles mesmos fomentam. Acredito que o crime mais grave da Dilma se refere à Petrobras. Eu fiquei em cima mais da questão política. Quando a Petrobras começou a dar indícios da gravidade da gestão, ela deveria ter tirado os presidentes, os gestores, isso sim foi um crime de responsabilidade”, disse Rose.
Apesar de acenar com voto a favor do afastamento da presidente, Rose não se mostrou favorável que o vice Michel Temer (PMDB), que também é presidente do próprio partido do qual que faz parte, assuma o poder. Para a senadora, é necessário que tenham novas eleições.
“Eu tenho alguns questionamentos sobre o Michel Temer assumir. Ele é o nosso presidente [do PMDB] que eu tenho respeito e admiro, mas, para que ele assuma a presidência da República, é muito importante que ele explique que envolvimento é esse [no TCU], porque se não se coloca na mesma situação. Eu acho que deveriam ter novas eleições. Golpe é ver o país dividido como ele está. Isso não faz bem ao Brasil”, completou a senadora.
Já o senador Ricardo Ferraço (PSDB) foi mais enfático e declarou ser favorável ao impeachment. Ferraço foi indicado como suplente da comissão que vai analisar o processo. O senador disse que o afastamento da presidente é uma “necessidade inadiável”.
“Consideramos que a presidente Dilma violou a Constituição Federal, atentou contra as leis fiscais e contra a Lei Orçamentária do País, e por isso mesmo, mergulhou nosso País na mais profunda desorganização. E também contra a probidade administrativa por permitir que a corrupção se instalasse no seu governo de forma sistêmica”, disse.
O senador continuou: “O trabalho da comissão será, em um primeiro momento, deliberar sobre o afastamento provisório. E nós precisamos fazer isso com urgência porque a economia se deteriora a cada dia. Chegou o momento de virarmos a página e darmos uma nova chance ao país”.
O senador Magno Malta (PR), que também foi indicado como suplente, não foi localizado pela equipe de reportagem da TV Vitória/Record, mas já discursou no plenário do Senado se posicionando de maneira favorável ao afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT)