Política

Sérgio Moro reconhece plágio em artigo assinado por ele e advogada

O ex-ministro, no entanto, responsabilizou sua orientanda, pelos trechos copiados e disse que a publicação seria retirada de revista para reavaliação

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, confessou ter trechos plagiados de um artigo assinado por ele em parceria com advogada Beathrys Ricci Emerich, que foi sua orientanda. De acordo com o site Metrópoles, o advogado Marcelo Augusto Rodrigues de Lemos afirmou que Moro e a mestranda Beathrys Ricci Emerich copiaram, sem dar o devido crédito, um trecho de seu trabalho publicado em setembro de 2019.

O artigo de Augusto Rodrigues de Lemos, publicado no site de notícias jurídicas Conjur, aborda o “aviltamento do livre exercício da advocacia em tempos de crise”. No texto de Sergio Moro e Beathrys Ricci, tem trechos idênticos, trata de lavagem de dinheiro por meio de pagamentos a advogados e foi publicado na revista Relações Internacionais no Mundo Atual, da Unicuritiba.

Moro admitiu ao site Metrópoles que havia trechos plagiados, mas disse que o erro foi da coautora do texto. O ex-ministro explicou que ele orientou a aluna e que é comum que a assinatura do orientador apareça como coautor. “A redação é basicamente do orientando”, justificou.

O ex-juiz afirmou que consultou a orientanda, que admitiu a citação de dois trechos sem dar crédito ao trabalho de Lemos. Moro pediu desculpas e disse que o artigo seria retirado da revista para ser reavaliado.

A edição da revista na qual o artigo assinado por Moro e Emerich foi publicado data do período entre abril/junho de 2019. Porém, os registros de bibliografia feitos pela advogada revelam que o texto saiu depois de abril de 2020. Ou seja, sete meses depois da publicação original. 

Segundo a reportagem do R7, Emerich não respondeu aos questionamentos e desativou suas contas nas redes sociais, nas quais tem foto ao lado de Sergio Moro. 

O autor do texto, Marcelo Augusto Rodrigues de Lemos, afirmou ao Metrópoles, que é uma “honra” ser citado por Moro, mas esperava pelo menos ser “creditado”. O advogado disse ainda esperar no mínimo “uma retratação dos autores, um reconhecimento”.

Com informações do portal R7