Política

Servidora suspeita de fraude milionária ligada a remédios é exonerada da Assembleia

Segundo a Polícia Civil de São Paulo, ela e o marido estão sendo investigados por suspeita de envolvimento no furto de medicamentos contra o câncer

Foto: Reprodução/ Rede Sociais

Gleidson e Julianna estão sendo investigados pela Polícia Civil de São Paulo

A assessora parlamentar Julianna Ritter foi exonerada do cargo que ocupava na Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) nesta segunda-feira (22). Ela é suspeita de envolvimento em um esquema de comercialização de remédios de tratamento de câncer furtados em um hospital de São Paulo. 

Segundo a Polícia Civil de São Paulo, um dos medicamentos furtados é avaliado em aproximadamente R$ 1,1 milhão. 

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A medida foi publicada por meio de uma edição extra do Diário Legislativo, assinada pelo deputado estadual e presidente da casa, Marcelo Santos. Veja a edição do diário: 

Foto: Diário Oficial

A assessora parlamentar foi citada em uma matéria, veiculada no último domingo (21), no “Fantástico”, da TV Globo. Na reportagem, ela é apontada como uma das compradoras dos medicamentos desviados do hospital localizado em Campinas (SP), junto com o marido, o empresário Gleidson Lopes Soares.

Segundo a reportagem, foi descoberto que os remédios eram despachados do aeroporto de Viracopos, em Campinas, até o Aeroporto de Vitória. Em uma das ações, um valor de R$ 1,1 milhão chegou a ser movimentado, envolvendo o extravio de 79 caixas. 

Também é mostrado que Julianna seria sócia de uma empresa de produtos hospitalares e dirige uma ONG voltada para pessoas com dificuldade de mobilidade, localizada na Serra. 

Segundo a Polícia de São Paulo, a Divisão de Investigações Gerais (DIG) da Deic de Campinas desarticulou um esquema criminoso de furto e distribuição de medicamentos de alto custo da Farmácia Regional da Secretaria de Saúde do Estado. “Os envolvidos no crime foram identificados e a autoridade policial solicitou pelas prisões do mesmo, à Justiça”. 

Deputado estadual se pronunciou 

A servidora atuava no gabinete do deputado estadual delegado Danilo Bahiense. Ele informou, por meio de uma nota, que foi notificado do caso pela reportagem do Fantástico e, imediatamente, entrou em contato com a Polícia Civil de São Paulo, para verificar o andamento das investigações. 

“Ressalta que, como delegado de Polícia Civil no Espírito Santo, com mais de 30 anos de combate ao crime, não coaduna com qualquer tipo de delito. Diante dos fatos expostos, o parlamentar decidiu por exonerar a servidora”, destaca. 

Assembleia Legislativa ressalta a exoneração 

Por meio de uma nota, a Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo destacou que tomou conhecimento das investigações por meio da imprensa, sobre suposto furto de medicamentos em outra unidade da federação com indício de envolvimento de uma assessora parlamentar da Casa.

“De posse dos fatos e a partir de provocação do gabinete do deputado estadual delegado Danilo Bahiense – local onde a servidora supostamente envolvida estava localizada, a Mesa Diretora publicará edição extra do Diário do Poder Legislativo exonerando-a”, informa. 

A Assembleia destaca que a escolha dos assessores de cada parlamentar é de exclusividade do deputado, cabendo à administração tão somente verificar a existência de restrição legal para a posse no cargo

O que a polícia diz sobre o caso? 

A 1ª Divisão de Investigações Gerais (DIG) da Deic de Campinas, após ser acionada pela Secretaria de Estado da Saúde, desarticulou no último dia 5 um esquema criminoso de furto e distribuição de medicamentos de alto custo da Farmácia Regional da Secretaria de Saúde do Estado, localizada na cidade. 

“Um dos medicamentos furtados é avaliado em aproximadamente R$ 1 milhão. Uma caixa de medicamentos que teria sido despachada para Vitória-ES, foi recuperada, periciada e devolvida para o órgão público. Os envolvidos no crime foram identificados e autoridade policial solicitou pelas prisões do mesmo, à Justiça”. 

O Folha Vitória tenta contato com a defesa de Julianna Ritter. Esta reportagem será atualizada assim que houver a devida manifestação. 

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Repórter do Folha Vitória, Maria Clara de Mello Leitão
Maria Clara Leitão Produtora Web
Produtora Web
Formada em jornalismo pelo Centro Universitário Faesa e, desde 2022, atua no jornal online Folha Vitória