Brasília – Servidores do Poder Judiciário e do Ministério Público fizeram um protesto contra a PEC do Teto na noite desta segunda-feira, 24, em frente à residência oficial da Presidência da Câmara, onde o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), realizou um coquetel para parlamentares da base.
Cerca de 20 manifestantes ficaram próximos à entrada da residência oficial protestando. Eles gritavam palavras de ordem como “Não é mole, não. Vendendo o voto por um prato de feijão” e “marmiteiro” a cada parlamentar que passa a pé ou de carro em direção ao local. (Igor Gadelha)
Deputados reclamam de cardápio
Deputados deixaram o coquetel promovido pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) reclamando do cardápio e da falta de bebida alcoólica. Maia reuniu os parlamentares para pedir o apoio da base aliada à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que cria um teto para os gastos públicos da União por 20 anos.
Segundo deputados, Maia serviu caldos verde e de abóbora, sanduíches, sucos e refrigerantes. Alguns reclamaram também do horário do coquetel, que começou após as 22 horas.
O presidente Michel Temer e os ministros Henrique Meirelles (Fazenda), Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo), Eliseu Padilha (Casa Civil), Ricardo Barros (Saúde), Mendonça Filho (Educação) e Osmar Terra (Desenvolvimento Social) compareceram ao evento.
A segunda votação da PEC do Teto no plenário da Câmara está marcada para esta terça-feira (25). O governo quer aprovar a proposta com mais de 366 votos, placar da votação em primeiro turno no plenário da Casa.
Após jantar, Geddel diz que base está alinhada e que quer os 308 votos
O ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, disse ao Broadcast, sistema de notícias em tempo rela do Grupo Estado, que o governo está preparado para o segundo turno da PEC do teto dos gastos, prevista para acontecer amanhã na Câmara. Após jantar na residência oficial do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o ministro afirmou que a base aliada “está alinhada” e que ele quer os “308 votos”, em referência ao número que o projeto precisa para ser aprovado.
No Palácio do Planalto, entretanto, a maior parte do núcleo do presidente Michel Temer – que em afago aos parlamentares compareceu mais uma vez a jantares – o número almejado é em torno de 400 votos. A ideia do placar superior ao primeiro turno – quando foram 366 – é passar para o mercado uma maior confiança com o poder do governo em aprovar as reformas econômicas que ainda virão pela frente, como a reforma da previdência e a trabalhista.
Geddel disse que o presidente não discursou durante o encontro na casa da Maia nesta noite e que não realizou “beija-mão”. “Foram conversas”, resumiu.
O ministro minimizou ainda as manifestações contrárias à PEC e afirmou que eventuais posicionamentos contrários à medida não preocupam o governo. (Carla Araújo)