Política

Soraya Manato diz que vai acionar deputada que a acusou de vazar dados de menor

Parlamentar capixaba afirmou que não cometeu nenhum crime e que ainda não foi acionada pelo Conselho Federal de Medicina

Foto: Reprodução/Camara dos Deputados

A deputada federal Soraya Manato (PSL) afirmou que vai entrar com representação contra a deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP). A parlamentar paulista disse que pedirá ao Conselho Federal de Medicina (CFM) que investigue como Soraya teve acesso ao laudo da menina de 10 anos que foi violentada pelo tio em São Mateus, Norte do Estado, e engravidou. A menor precisou viajar para Pernambuco para fazer o aborto.

No entanto, a parlamentar que acusa a capixaba ainda não acionou o CFM, segundo Soraya Manato. “Até agora não recebi nenhuma ligação e estou muito tranquila. Ela não me acusou veementemente e apenas aventou essa possibilidade. Você acha que, com 30 anos de medicina, e sem nenhum caso de problema de conduta na minha vida profissional, eu vou fazer algo errado dessa forma?”, afirmou Soraya Manato.

Na última terça (18) a deputada capixaba disse durante sessão na Câmara que recebeu o laudo da vítima por meio de um aplicativo de mensagens. Ela não revelou quem enviou o laudo e disse que seu interesse era justificado por ela ser médica. Soraya divulgou o tempo de gestação e o peso do bebê, o que para ela não é nenhum fato grave.

A deputada capixaba também foi acusada por Sâmia de ter repassado as informações para a ativista Sara Winter, que divulgou informações da menor como o nome e o local onde ela passaria pela cirurgia em redes sociais. O Ministério Público do Estado (MP-ES) propôs uma ação contra a ativista que pode gerar multa superior a R$ 1,3 milhão.

“Nunca vi a Sara e não sei nem quem é. A única coisa que eu sei é que ela vivia vestida de Rambo e andava armada por aí com o grupo dela, que nem acho que seja de direita. Então, essa deputada do Psol vai ter que provar o que disse e eu vou acioná-la pra isso. Não vai ficar assim. Estou absolutamente tranquila porque não fiz nada de errado”, disse Soraya.

A deputada capixaba, que é ginecologista, disse que está sendo atacada porque descobriu que o procedimento feito na menor de 10 anos que foi violentada não foi um aborto e sim um parto prematuro. “Para a lei, aborto é considerado até 22 semanas. Nós consideramos embrião até 10 semanas. A criança que foi morta tinha 24 semanas e 640 gramas”, disse.