Ao mesmo tempo em que intensifica as articulações para barrar na Câmara a denúncia por corrupção passiva, o presidente Michel Temer disse nesta terça-feira, 11, que será “obediente” ao que os deputados decidirem, respeitando “qualquer que seja o resultado da votação”. Temer afirmou, contudo, que não vai “tolerar que paralisem o País” e que “o importante é que enquanto alguns protestam, a caravana passe e está passando”.
Desde a semana passada, o presidente tem participado pessoalmente de reuniões com parlamentares e líderes da base para tentar garantir os votos contra a admissibilidade da acusação formal no Congresso. Depois de um dia conturbado ontem no Senado, em que a oposição tentou travar o andamento da reforma trabalhista, o presidente atuou para convencer partidos da base a fechar questão contra o seguimento da denúncia e por novas trocas de parlamentares na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na tentativa de alcançar placar favorável no colegiado.
Mais tarde, ao tratar diretamente da denúncia, afirmou: “Estarei obediente à tudo aquilo que os senhores deputados decidirem. Mas quero agradecer a eles, porque revelaram a indignação com a injustiça. Não só injustiça com o fato em si, mas injustiça com que se faz com o Brasil. Porque os que querem na verdade impedir que continuemos, são aqueles que querem paralisar o País”.
O peemedebista agradeceu aos parlamentares que o apoiaram na CCJ. “Para não dizer que não falei de flores, quero agradecer àqueles que no dia de ontem (anteontem) usaram da sua palavra, da sua oratória, da sua emoção e mais particularmente da sua indignação contra o que ouviram na comissão.”
Maia
Na terça-feira, Temer negou desgaste. Questionado se a relação dos dois “tinha azedado”, o presidente fez gesto de positivo e disse: “(A relação está) A melhor possível”. Anteontem, Temer recebeu Maia no Jaburu e fez apelos para que ele paute a denúncia no plenário até sexta-feira.