
Tramita na Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) um projeto de lei complementar para modernizar a estrutura organizacional do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES).
Protocolado pelo presidente da corte, desembargador Samuel Meira Brasil Jr, nesta segunda-feira (7), o texto prevê a criação de 50 cargos comissionados e funções gratificadas na área de tecnologia da informação e comunicação.
Segundo a proposta, as novas funções são justificadas pela “necessidade de profissionais qualificados e especializados no setor de tecnologia, essenciais para a modernização e eficiência da prestação jurisdicional em nosso Estado”. Tais tarefas serão exercidas por servidores efetivos.
Ainda segundo o texto, o TJES entende a tecnologia como essencial para atingir os objetivos do Poder Judiciário nacional, que prevê celeridade na prestação de serviços. Além disso, o presidente justifica que uma equipe fortalecida tende a ser mais eficiente, solucionando problemas e implementando inovações.
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“Ao fortalecer a estrutura e equipe de tecnologia da informação e comunicação, o TJES estará melhor preparado para enfrentar os desafios da era digital, como implementação do processo eletrônico, da inteligência artificial aplicada ao Direito e da segurança cibernética”.
Já os 50 novos cargos comissionados são de assessor de juiz. O objetivo é possibilitar uma maior efetividade no “atendimento das unidades judiciárias de primeiro grau com grande acervo ou elevada distribuição de processos”.
Laboratório de IA e coordenadorias
O projeto também estabelece a criação de um Laboratório de Inovação e Inteligência Artificial. O objetivo é que ele seja um “centro agregador de ideias e iniciativas voltadas para o aperfeiçoamento do serviço judiciário”.
Conforme o desembargador Samuel Jr., o cenário tecnológico exige uma “estrutura robusta e adaptável” na área da informação.
Também é prevista a criação de coordenadorias das Varas de famílias, execuções penais e de violência doméstica e familiar contra a mulher, além de uma seção específica para a ouvidoria da mulher.
Impacto orçamentário
O texto esclarece que a proposta “foi cuidadosamente elaborada levando em consideração o impacto orçamentário e financeiro, garantindo sua viabilidade dentro dos limites estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal”.
Em contraste à criação de cargos e funções, a previsão feita pelo presidente do TJES é de que haja uma redução de R$ 1,9 milhão no orçamento da corte neste ano.
Para 2026 e 2027, a economia estimada é R$ 2,7 milhões por ano.
Sendo assim, a medida é vista como um “passo crucial para a modernização do Judiciário capixaba, com potencial de gerar economias significativas a médio e longo prazos através da otimização de processos e aumento da produtividade”. O projeto não esclarece como a economia se justifica.
Além da criação de cargos e setores, ficam bloqueadas as nomeações dos cargos que compõem:
- Juízos de Direito de Varas Cíveis, de falência e Recuperação Judicial e de Acidente de Trabalho de Vitória;
- Juízos de Direito de Varas de Família e Órfãos e Sucessões de Cariacica;
- Juizados Especiais Cíveis, Criminais e da Fazenda Pública de Vitória, Vila Velha e Colatina;
- Juízos de Direito de Varas da Fazenda Pública estadual, municipal, execuções fiscais, Registros públicos e meio ambiente de Cariacica.
Requerimento de urgência
O presidente da Ales, deputado Marcelo Santos (União), apresentou, nesta terça-feira (8), um requerimento de urgência para a votação do projeto. No entanto, a proposta foi retirada de pauta e deve entrar na ordem do dia da Casa na próxima semana.