Política

Todo o efetivo da PM vai atuar durante o feriadão de 7 de setembro no ES

Atos a favor do presidente Bolsonaro têm preocupado autoridades diante a possibilidade de mensagens antidemocráticas

Foto: Reprodução

A Secretaria de Segurança Pública (Sesp) do Estado informou que vai convocar todo o efetivo da PM para atividades operacionais durante o feriado prolongado de 7 de setembro. Segundo a secretaria, trata-se de uma medida comum em feriados, e a decisão foi tomada “pensando na sociedade, independentemente de ideologias”. 

“Em eventos de feriados prolongados, principalmente os nacionais, a exemplo do feriado da Independência, ou até mesmo o Carnaval, todo o efetivo é utilizado para a realização de operações preventivas e blitze de trânsito. Como há previsão de manifestações e aumento significativo de circulação de pessoas, também para lazer, o efetivo será direcionado para fazer segurança das vias públicas e comércios”, informou. 

Na próxima terça-feira (7) estão previstas manifestações a favor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Os atos, estimulados pelo próprio presidente, tem preocupado autoridades diante a possibilidade de mensagens antidemocráticas e de teor golpista.

Sobre isso, a secretaria informou que “acompanha e monitora situações que possam prejudicar o bom andamento da democracia. “Não há indícios desse natureza”, garantiu. 

A secretaria ainda reforçou que os PMs, mesmo de folga, não podem participar de atos políticos. 

“A legislação não permite ao militar da ativa ser filiado a partido político, bem como exercer atividade político-partidária. Também ao militar, como está previsto no Estatuto do Militares Estaduais e no Código de Ética e Disciplina dos Militares Estaduais, é vedada a manifestação coletiva e política e o desrespeito à autoridade militar e civil”. 

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Bolsonaro reafirma presença em atos do 7 de Setembro e diz que não deseja ruptura

VEJA RESPOSTA DA SESP NA ÍNTEGRA

“As inteligências de todo o sistema de Segurança Pública do Espírito Santo acompanham e monitoram situações que possam prejudicar o bom andamento da democracia. Não temos nenhum indício dessa natureza, até o momento. Caso ocorra, será analisado dentro do âmbito legislativo, tendo em vista que a legislação não permite ao militar da ativa ser filiado a partido político, bem como exercer atividade politico-partidária. Também ao militar, como está previsto no Estatuto do Militares Estaduais e no Código de Ética e Disciplina dos Militares Estaduais, é vedada a manifestação coletiva e política e o desrespeito à autoridade militar e civil”. 

Alguns políticos do Espírito Santo, como a deputada federal Soraya Manato (PSL), os deputados estaduais Capitão Assumção (Patriota) e Torino Marques (PSL), e o senador Marcos do Val (Podemos) têm apoiado as manifestações através das redes sociais.  

O governador Renato Casagrande (PSB) ainda não se posicionou sobre o assunto. 

POVO TERÁ “OPORTUNIDADE MAIS IMPORTANTE” NO DIA 7, DIZ BOLSONARO

Durante agenda em Minas Gerais, nesta terça-feira (31), o presidente disse que o povo brasileiro terá a oportunidade mais importante de sua história no dia 7 de setembro, quando estão previstas manifestações de apoio ao governo. 

“Nunca uma outra oportunidade para o povo brasileiro foi tão importante ou será tão importante quanto esse nosso próximo 7 de setembro”, disse sem entrar em mais detalhes sobre o que queria dizer com a declaração.

O envolvimento de agentes das forças de segurança, principalmente das Polícias Militares, tem despertado preocupação de diversos atores políticos em relação a uma tentativa de ruptura institucional. 

O presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), descartou a possibilidade de investida golpista na data.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afastou o coronel da PM do estado Aleksander Lacerda, que convocou colegas de corporação para os atos bolsonaristas por meio das redes sociais e fez ataques aos membros do Supremo Tribunal Federal (STF), desafetos do presidente. Policiais militares da ativa são proibidos por lei de se envolverem em atividades político-eleitorais.